Deus e o paradoxo de Epicuro

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VIEW:422 DATA:2020-03-20

Como em muitos relatos sobre gregos antigos, temos dificuldades em dizer se algo foi realmente dito por um filósofo grego, ou até mesmo se ele existiu. Mas algumas perguntas são determinadas como sendo ditas por Epicuro. Formando o chamado paradoxo de Epicuro. Representam algumas perguntas que geram a dicotomia entre o bem e o mal, e se Deus seria mal ou bom.

Podemos ler os três pontos de Epicuro sobre Deus:

  • Enquanto onisciente e onipotente, tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele. Mas não o faz. Então não é onibenevolente.
  • Enquanto omnipotente e onibenevolente, então tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas não o faz, pois não sabe o quanto mal existe e onde o mal está. Então ele não é omnisciente.
  • Enquanto omnisciente e omnibenevolente, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Mas não o faz, pois não é capaz. Então ele não é omnipotente.

O grande problema nestes pontos é o que seria um ser onibenevolente. Benevolente vem do significado etimológico de ter boas intenções, e onibenevolente, envolve ter boas intenções com todos. O que seria boas intenções divinas na prática?

Um indivíduo deseja usar drogas, e tais fazem mal a saúde, então Deus deve fazer o que? Vamos supor que Deus proíba, nesse caso o indivíduo tenta de todas as formas buscar meios de usar a droga, mas como Deus é oniciênte, e onipotênte, e onipresente, então é impossível desse individuo usar. Nesse caso ele fica triste, e entra em depressão por não conseguir o que deseja, e tem vontade de se matar, mas Deus não permite tal indivíduo se matar, então tal individuo vira um eterno ser deprimido.

Isso seria ser benevolênte? Vamos então fazer o seguinte, Deus libera o indivíduo a usar drogas, e toda vez que tais fazem mal para saúde, Deus cura, e o indivíduo agora deseja andar de carro, mas Deus sabe que pode matar alguém, e não permite, e novamente tal indivíduo vira um eterno ser deprimido. Então Deus permite, e tal pessoa pega o carro e acelerando em estando em grande velocidade, mata alguém. E agora, Deus foi benevolente com este e deixou o outro morrer? Então Deus faz com que ninguém sinta dor, e ninguém consiga matar ninguém. Mas se o indivíduo que foi atropelado, e não morreu, nem sentiu dor, não desejava que fosse atropelado? E se o que atropelou desejava que o atropelado morresse?

Veja que não importa o que Deus fizer, nunca será benevolente quando um indivíduo desejar ir contra o bem. E o que é bem? E o bem é bem para quem? O bem é relativo a sujeitar-se a vontade de quem? De Epicuro podemos ver o surgimento do Epicurismo, um conceito em que buscando prazeres simples e de forma materialista, tal geraria um estado de tranqüilidade chamado ataraxia, que é a ausência de inquietude ou preocupação. Suponhamos um indivíduo epicurista, com a ataraxia, e seu filho escorregue e bata a cabeça, nesse caso o indivíduo teria o controle sobre a adrenalina de seu corpo, e com toda tranqüilidade e sem preocupação, fosse auxiliar seu filho. De fato o sistema hormonal e as preocupações são inerentes ao sistema individual para resolver de forma rápida um determinado problema. Mas o Epicurismo em seu sistema tenta desabilitar estas ferramentas.

De antemão temos, que o Epicurismo deveria ser obrigatório? Pois suponha indivíduos que tenham prazeres exacerbados, e busque grande violência, os epicuristas seriam presas fáceis a esse tipo de indivíduos, que poderiam ser definidos como bárbaros. Mas suponhamos que os Epicuristas se tornassem povos de grande tecnologia, com poder para destruir os povos bárbaros. Poderia os epicuristas considerar isso como benevolente, e definir que Deus deveria ter essa benevolência?

Portanto o que temos é que o paradoxo de Epicuro, não é um paradoxo, pois Epicuro não saberia definir o que é bom, para definir o que é onibenevolente. De fato racionalmente falando enquanto não se definir o que é bem, não se pode solicitar de Deus uma onibenevolência que o indivíduo não saiba o que é? De fato Deus pode ser onibenevolênte, apenas os indivíduos não entendem o que é benevolência.

Epicuro olhava para o problema do mal, e não conciliava sua existência com a existência de Deus. Mas de forma alguma analisava a existência do mal, no conceito da liberdade de decisão individual. De fato o mal poderia ser totalmente banido, com a formação de indivíduos sem liberdade de decisão. De fato a base da história do Éden foi a oportunidade de Eva escolher o caminho errado. Não ocorresse essa oportunidade, naquele momento e nunca, então a liberdade individual seria banida. E todos deveriam seguir a ordem inequívoca e obrigatória de Deus, sem direito a não desejar outro caminho.

Isso seria onibenevolência definida por Epícuro. De forma lógica, isso não seria. O que novamente se remete, que Epicuro não saberia definir o que é benevolência, caso a decisão de liberdade individual estivesse na balança do fundamento da benevolência.

De fato podemos dizer que o bem é a ação que somada a todas as verdades acarreta evolução quando o tempo tende a infinito. E que o mal é a ação que busca a não aceitação das normas de evolução.






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epicuro, onibenevolência, paradoxo, falta do bem, evolução, onipresença, onisciência, onipotência