A Festa da Páscoa

Código VD03-E0014-P

VIEW:424 DATA:2020-03-20
A páscoa foi instituída em comemoração do libertamento de Israel do cativeiro egípcio. No décimo dia do primeiro mês, foi escolhido um cordeiro para cada família, "conforme ao número das almas", ou se a família era pequena, duas ou mais podiam unir em torno de um sacrifício. O cordeiro foi guardado até ao décimo-quarto dia, quando foi morto à tarde, sendo o sangue posto nas ombreiras da porta e na verga. Êxo. 12:1-7. Na mesma noite foi comida a carne, não cozida como de costume, mas assada. Só pão não levedado se podia comer, e "com ervas amargosas a comerão". Vers. 8. Em anos posteriores, houve algumas modificações deste ritual, permanecendo, porém, os pontos essenciais.

O sacrifício da páscoa distingue-se por ser chamado "Meu sacrifício". Êxo. 23:18; 34:25. Conquanto seja talvez melhor não acentuar essa expressão, ela é, pelo menos, digna de nota. A páscoa comemorava a partida de Israel do Egito. O Novo Testamento apresenta-a também como uma ordenança que aponta ao futuro. "Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós". I Cor. 5:7. Tendo em mente esta simbólica representação, percebem-se facilmente algumas analogias. Na crucifixão, nem um osso do corpo de Cristo foi quebrado. João 19:36. Nenhum osso se devia quebrar ao Cordeiro Pascal. Êxo. 12:46; Num. 9:12. A páscoa era morta no dia catorze de abib, e comida a quinze. Êxo. 12:6-10. Cristo morreu por ocasião da páscoa. João 19:14. O espargir do sangue significava um "passar por cima em misericórdia, um livramento da morte". Êxo. 12:13. Assim, mediante o Seu sangue, tem havido um passar por alto dos pecados cometidos anteriormente. Rom. 3:25. O sacrifício pascal era um cordeiro. Êxo. 12:3. Assim Cristo era "o Cordeiro de Deus". João 1:29.

O cordeiro devia ser sem mancha. Êxo. 12:5. Assim Cristo, imaculado. I Pedro 1:19. A carne do cordeiro devia ser comida. Êxo. 12:7. Nós também devemos participar de Sua carne. João. 6:51.

Intimamente relacionada com a páscoa, todavia dela distinta, era a festa dos pães asmos. As duas eram, na realidade, parte da mesma observância, de modo que se permutam os nomes; no desígnio, no entanto, eram qualquer coisa diversa. A ordem de Deus quanto ao que devia ser feito, era explícita. "Sete dias comereis pães asmos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel". Êxo. 12:15. O divino comentário sobre isto, reza: "Façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade". I Cor. 5:8.

A páscoas e a festa dos pães asmos, são férteis em ensinos de verdades evangélicas. No cordeiro morto, foi tomada providência para salvar os primogênitos. A morte do cordeiro, porém, não bastava para garantir salvação. Era preciso por o sangue nos umbrais e na verga da porta. Tem de haver aplicação individual do sacrifício. O espargir do sangue era tão importante como a morte do cordeiro. Não obstante, isto não era suficiente. A carne devia ser comida, e isto feito nas devidas condições. "Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão: e o comereis apressadamente: esta é a páscoa do Senhor". Êxo. 12:11. E mesmo isto ainda não bastava. Todo o fermento devia ser tirado. "Qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra". Vers. 19.

A páscoa é simbólica da morte de Cristo. Ele é nossa páscoa. I Cor. 5:7. Morreu na cruz por nós. Aí foi tomada providencia para que todo o que cumpre as condições da vida seja salvo. Mas a cruz, em si mesma, não salva a ninguém. Unicamente provê salvação. Necessário é que se faça aplicação individual do sangue oferecido. A ordem a Israel era: "Tomai um molho de hissope, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia". Êxo. 12:22.

A promessa era que, se assim fizessem, então quando o Senhor visse "o sangue da verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta, e não deixará ao destruidor entrar um vossas casas, para vos ferir". Vers. 23.

As providências aqui mencionadas salvaram os primogênitos de serem destruídos pelo anjo. A morte do cordeiro provera o meio de salvação; a aplicação do sangue tornou eficaz o meio provido. Ambos eram necessários. Uma coisa é ser salvo da morte. Outra é ter os meios de manter a vida. Isto, positivamente, era provido pelo comer da carne, negativamente, pela abstenção do fermento. Cristo diz: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre: e o pão que Eu der é a Minha carne, que Eu darei pela vida do mundo". João 6:51. Israel recebeu ordem de assar o cordeiro todo. O mandamento era: "assado ao fogo: a cabeça com os pés e com a fressura". Êxo. 12:9. Cada família devia reunir um número suficiente de pessoas para comerem toda a carne. Vers. 4. Coisa alguma devia ser levada para fora da casa, nem deixada para o dia seguinte. O que restasse que não podia ser comido, devia ser queimado no fogo. Isto não podia prefigurar senão uma inteira assimilação dAquele a quem o cordeiro representava, por parte daqueles por quem o sangue era derramado. Significa a inteira identificação de Cristo com o crente. Importa em aceitação da plenitude de Deus.

O fermento devia ser de todo excluído. Não nos são deixadas dúvidas quanto ao sentido espiritual do fermento. Ele representa malícia e maldade. I Cor. 5:8. Significa a falsa doutrina, segundo é exemplificada nos ensinos dos fariseus, dos saduceus e dos herodianos. Mat. 16:6; Marcos 8:15. O fermento dos fariseus é ganância e injustiça (Mat. 23:14), o espírito de quem não faz o que é direito e não deixa os outros fazerem (Vers. 13), falso zelo (vers. 15), errônea estimação dos valores espirituais (vers. 16-22), omissão do juízo, da misericórdia e da fé (vers. 23), vãos escrúpulos (vers. 24), hipocrisia (vers. 25-28), intolerância (vers. 29-33), crueldade (vers. 34-36). O fermento dos saduceus é cepticismo (Mateus 22:23), falta de conhecimento da Escrituras e do poder de Deus (vers. 29). O fermento dos herodianos é a lisonja, o mundanismo e a hipocrisia (Mat.22:16-21), e tramar o mal contra os servos de Deus (Marcos 3:6).

O correspondente da páscoa no Novo Testamento, é a ceia do Senhor, o rito da comunhão. Depois de Cristo vir, não mais poderia existir virtude em matar o cordeiro pascal, prefigurando Sua vinda. Havia-a, sim, em comemorar o sacrifício do Calvário, o seu mantenedor poder. Por esse motivo instituiu o Senhor a refeição sacrifical da comunhão para fazer lembrar os fatos de nossa salvação, e as provisões tomadas na cruz. Como seu protótipo, aponta ao mesmo tempo para trás e para o futuro. Devemos lembrar o Calvário "até que (Ele) venha". I Cor. 11:26.

"Aqueles símbolos se cumpriam, não somente quanto ao acontecimento, mas também quanto ao tempo. No dia quatorze do primeiro mês judaico, no mesmo dia e mês em que, durante quinze longos séculos, o cordeiro pascal havia sido morto, Cristo tendo comido a Páscoa com os discípulos, instituiu a solenidade que deveria comemorar Sua própria morte como o ââ‚"Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Naquela mesma noite Ele foi tomado por mãos ímpias, para ser crucificado e morto. E, como o antítipo dos molhos que eram agitados, nosso Senhor ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, como " ââ‚"as primícias dos que dormem"( I Cor. 15:20), exemplo de todos os ressuscitados justos, cujo ââ‚"corpo abatido" será transformado, ââ‚"para ser conforme o Seu corpo glorioso" ". " O Conflito dos Séculos, pág. 399.

A observância da apresentação dos primeiros frutos, era uma parte da celebração dos dias dos pães asmos. A apresentação tinha lugar "ao seguinte dia do sábado", o dia dezesseis de abib. Lev. 23:11. Este dia não era de santa convocação, nem era como um sábado, mas uma importante obra se realizava no entanto naquele dia. No dia quatorze de abib, marcava-se certa porção de um campo de cevada, para ser cortada, em preparativo para a apresentação no dia dezesseis. Três homens escolhidos cortavam a cevada em presença de testemunhas, havendo já atado os molhos antes de os cortar. Uma vez ceifados, atavam-se os molhos todos num só, apresentando-o perante o Senhor, como "um molho das primícias". "Ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos: ao seguinte dia do sábado o moverá o sacerdote". Lev. 23:11.

Além disto, "um cordeiro sem mancha", e uma oferta de manjares misturada com óleo, e uma libação eram oferecidos a Deus. Vers. 12 e 13. Enquanto não se fazia isto, Israel não se podia servir de nenhum dos frutos do campo.

Era esta uma oferta de aceitação. Apresentação dos primeiros frutos. Indubitavelmente tem referência, antes de tudo, a "Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na Sua vinda". I Cor. 15:23.

Resumindo os ensinos da observância pascal, temos as seguintes importantes reflexões: A páscoa é simbólica da morte de Cristo. Assim como morria o cordeiro pascal, Cristo morreu. O sangue do cordeiro livrou outrora Israel do anjo destruidor. O sangue de Cristo hoje reconcilia.

Segundo tipificada no molho movido, a páscoa é simbólica da ressurreição. O tipo é perfeito até mesmo com relação ao tempo. O cordeiro morria no dia catorze de abib à tarde. A dezesseis, "ao seguinte dia do sábado", as primícias, previamente cortadas, eram apresentadas ao Senhor. Cristo morreu na sexta-feira à tarde. Repousou no sepulcro durante o sábado. No "seguinte dia depois do sábado", "Cristo as primícias", ressuscitou dos mortos e Se apresentou perante o Senhor para receber a aceitação. O "seguinte dia depois do sábado" não era "santa convocação", nem um sábado [repouso] " fosse em tipo ou em antítipo " mas nele se efetuava uma obra importante, a qual talvez necessite de ampliação.

Quando, no primeiro dia da semana, Cristo ressuscitou, necessário Lhe era subir ao Pai para ouvir as palavras da divina aceitação do sacrifício. Na cruz, Sua alma estava em trevas. O Pai, dEle ocultara o rosto. Em desespero e angústia, Cristo exclamara: "Deus Meu, por que Me desamparaste"? Mat. 27:46.

"Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus. O Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como vencedor, nem Lhe falava da aceitação do sacrifício por parte do Pai. Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação houvesse de ser eterna. Cristo sentiu a angústia que há de experimentar o pecador quando não mais a misericórdia interceder pela raça culpada.

Foi o sentimento do pecado, trazendo a ira divina sobre Ele, como substituto do homem, que tão amargo tornou o cálice que sorveu, e quebrantou o coração do Filho de Deus". " O Desejado de Todas as Nações, pág. 561.

Agora, tivera lugar a ressurreição. A primeira coisa que Cristo tinha a fazer, era aparecer na presença do Pai e ouvir-Lhe as bem-aventuradas palavras de que Sua morte não fora em vão, mas aceito estava amplamente o sacrifício. Cumpria-Lhe, assim, ascender ao céu e, em presença do universo, ouvir do próprio Pai palavras de certeza; então, devia volver à terra aos que ainda Lhe pranteavam a morte, ignorando Sua ressurreição, e a eles mostrar-Se abertamente. Assim o fez.

"Jesus recusou receber homenagem de Seu povo até haver obtido a certeza de estar Seu sacrifício aceito pelo Pai. Subiu às cortes celestiais, e ouviu do próprio Deus a afirmação de que Sua expiação pelos pecados dos homens fora ampla, de que por meio de Seu sangue todos poderiam obter a vida eterna. O Pai ratificou o concerto feito com Cristo, de que receberia os homens arrependidos e obedientes, e os amaria mesmo como ama a Seu Filho. Cristo devia completar Sua obra, e cumprir Sua promessa de que "o varão será mais precioso que o ouro, e o homem se-lo-á mais que o ouro acrisolado". Todo o poder no céu e na terra foi dado ao Príncipe da Vida, e Ele voltou para Seus seguidores num mundo de pecado, a fim de lhes comunicar Seu poder e gloria.

"Enquanto o Salvador Se achava na presença de Deus, recebendo dons para Sua Igreja, pensavam os discípulos no sepulcro vazio e lamentavam-se e choravam. O dia em que todo o céu vibrava de alegria, era para os discípulos de incerteza, confusão e perplexidade". " Id., pág. 590

As Escrituras se cumpriram ao pé da letra. "Cristo ressurgiu dos mortos como as primícias dos que dormem. Era representado pelo molho movido, e Sua ressurreição ocorreu no próprio dia em que o mesmo devia ser apresentado perante o Senhor. Por mais de mil anos esta simbólica cerimônia fora realizada. Das searas colhiam-se as primeiras espigas de grãos maduros, e quando o povo subia a Jerusalém, por ocasião da páscoa, o molho das primícias era movido como uma oferta de ações de graças perante o Senhor.

Enquanto essa oferenda não fosse apresentada, a foice não podia ser metida aos cereais, nem estes serem reunidos em molhos. O molho apresentado a Deus representava a colheita. Assim Cristo, as primícias, representava a grande messe espiritual a ser colhida para o reino de Deus. Sua ressurreição é o tipo e o penhor da ressurreição de todos os justos mortos. ââ‚"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele".

"Quando Cristo ressuscitou, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de Sua morte, abrira-lhes o sepulcro, e ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que, à custa da própria vida, tinham dado testemunho da verdade. Agora deviam ser testemunhas dAquele que os ressuscitara dos mortos". " Id., pág. 585.

A páscoa é típica de comunhão. O comer do cordeiro pascal, unia famílias e vizinhos. Era uma refeição em comum, simbolizando livramento. Efetuara-se uma troca, e seu primogênito fora poupado em virtude da morte do cordeiro. Tal livramento inspirava consagração. Todo pecado devia ser posto de lado. Não devia haver fermento em parte alguma. Todo canto devia ser examinado, todo recanto esquadrinhado à procura de qualquer vestígio dele. "Santidade ao Senhor". Nada menos que isso seria aceito.

Tudo isto e ainda mais significava a páscoa para o Israel de outrora. Como seja a ceia do Senhor o substituto, no Novo Testamento, da "páscoa do Senhor, não deveria significar para nós menos do que o fazia para eles. Grande perigo existe de que esqueçamos ou deixemos de apreciar as maravilhosas bênçãos reservadas por Deus para os que participam "dignamente" das ordenanças da casa do Senhor. Bem faríamos em estudar a páscoa tal como foi dada a Israel, a fim de melhor apreciar o Cristo que é nosso Verdadeiro Cordeiro pascal, e cuja morte se comemora no serviço da comunhão.






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