Quem foram os Sumérios?

VIEW:440 DATA:2020-03-20

Entre 4000 e 3000 a.C. Os sumérios da Mesopotâmia meridional, construíram as primeiras cidades, na planície fértil entre os Rios Tigre e Eufrates.Como Ur e Uruk, construíram templos que ficavam no topo de zigurates, eram agricultores eficientes, e utilizavam da irrigação para as pastagens e plantações. Os animais eram domesticados, criados em pastagens, fornecendo carne, leite e peles.

Os sumérios desenvolveram uma das mais antigas formas de escrita. E usavam para registrar gado, comida e outras coisas. Os escribas usavam um afiado estilete de junco, e inscreviam figuras simples, conhecidas como pictogramas.

(Escrita cuneiforme em tablete de ouro, descoberta no Palácio de Apadana Pesepolis, 1933. Inscrito em persiano antigo, Elamita, e babilônico, identifica Darius I como o construtor de Apadana.)

 

Essas escritas eram feitas em tabuinhas de argila, com o tempo os pictogramas se tornaram mais complexos, transformando em uma forma de escrita chamada cuneiforme. Escrevia-se como estiletes com ponta em formato de cunha. Os documentos ou cartas em cuneiforme eram autorizadas ou "assinadas" com um sinete cilíndrico. Girando esse sinete sobre a tabuinha de argila, formando uma figura contínua

 

Os últimos 50 anos de descobertas arqueológicas no Oriente Próximo, ampliaram os conhecimentos da Antigüidade. Entre essas novas conquistas, figuram maiores revelações sobre a civilização sumeriana. Esse povo de origem não semita, apareceu na Mesopotâmia no quarto milênio a.C., provavelmente vindo de uma região montanhosa ao norte do Mar Cáspio. Os sumérios instalaram-se na Baixa Mesopotâmia, através da cidade de Susa, à leste do vale, e desenvolveram uma civilização grandiosa em feitos e descobertas que serviram de base para outros povos da Antigüidade.

No que se refere à astronomia, os sumérios elaboraram algumas considerações sobre a natureza e a origem do universo que permitiram a composição de um sistema para os astros e de mapas celestes, contribuindo na organização da sociedade suméria, visto que a observação do céu e suas mais diferentes manifestações influenciou o seu modo de vida. Assim a agricultura, a caça, a pesca, as festas em homenagem aos deuses e todo o conjunto de atividades relacionadas a sua vida social receberam dos céus uma participação direta no que diz respeito à influência da observação celeste.

visão geral da Suméria

Antes da chegada dos sumérios, a baixa Mesopotâmia fora ocupada por um povo não pertencente ao grupo semita, modernamente conhecido como ubaida, termo derivado da cidade de al-Ubaid, onde foram encontrados seus primeiros vestígios. Primeira força civilizatória presente na área, os ubaidas estabeleceram-se no território entre 4500 e 4000 a.C. Drenaram os pântanos para a agricultura, desenvolveram o comércio e estabeleceram indústrias, entre as quais manufaturas de couro, metal, cerâmica, alvenaria e tecelagem. Mais tarde, vários povos semitas infiltraram-se no território dos ubaidas e formaram uma grande civilização pré-suméria.

O povo conhecido como sumério, cuja língua predominou no território, veio provavelmente da Anatólia e chegou à Mesopotâmia por volta de 3300 a.C. No terceiro milênio, haviam criado pelo menos 12 cidades-estados: Ur, Eridu, Lagash, Uma, Adab, Kish, Sipar, Larak, Akshak, Nipur, Larsa e Bad-tibira. Cada uma compreendia uma cidade murada, além das terras e povoados que a circundavam, e tinha divindade própria, cujo templo era a estrutura central da urbe. Com a crescente rivalidade entre as cidades, cada uma instituiu também um rei.

O primeiro rei a unir as diferentes cidades, por volta de 2800 a.C., foi o rei de Kish, Etana. Por muitos séculos, a liderança foi disputada por Lagash, Ur, Eridu e a própria Kish, o que enfraqueceu os sumérios e os tornou extremamente vulneráveis a invasores. Entre 2530 e 2450 a.C., a região foi dominada pelos elamitas procedentes do leste. Teve maiores conseqüências a invasão, pelo norte, dos acadianos, cujo rei Sargão de Acad integrou a Suméria a seu império. Sargão conseguiu ainda submeter os elamitas, antes de lançar-se à conquista das terras ocidentais, até a costa síria do Mediterrâneo. Criou assim um modelo unificado de governo que influenciou todas as civilizações posteriores do Oriente Médio. Sua dinastia governou aproximadamente entre 2350 e 2250 a.C.

Após o declínio da dinastia acadiana, por volta do ano 2150 a.C. o território foi invadido e devastado pelos gútios, povo semibárbaro originário dos montes Zagros, a leste da Mesopotâmia. Graças à reação do rei de Uruk, que expulsou os invasores, as cidades ficaram novamente independentes. O ponto alto dessa era final da civilização suméria foi o reinado da terceira dinastia de Ur, cujo primeiro rei, Ur-Nammu, publicou o mais antigo código legal encontrado na Mesopotâmia. Depois de 1900 a.C., quando os amorritas conquistaram todo o território mesopotâmico, os sumérios perderam sua identidade como povo, mas a cultura suméria foi assimilada pelos sucessores semitas.

A escrita cuneiforme surgiu na Mesopotâmia, no terceiro milênio anterior à era cristã. Escrevia-se sobre tábulas de argila, com estiletes de bambu. Depois, a tábula era endurecida ao sol ou em fornos. Graças a essa escrita, decifrada por lingüistas e arqueólogos, foi possível conhecer inúmeros aspectos da vida, religião e instituições da Suméria. Os sumérios possuíam uma rica literatura, que incluía poemas, epopéias, hinos, lamentações, provérbios etc. A criação poética mais notável foi o Gilgamesh, ao qual se somam os mitos de Tamuz e da deusa Nanai Ishtar de Uruk, do pastor Etana, do herói Adapa etc.

Os templos e edifícios, em geral feitos de tijolos crus e cozidos, não se conservaram, pois os materiais empregados não resistiram ao passar dos séculos. Em compensação, além das tábulas, conservaram-se estelas e cilindros gravados, que eram utilizados como selos, além de esculturas em pedra. Os sumérios trabalhavam o bronze, o cobre, o ouro e a prata.

Não se conhece com exatidão a origem deste industrioso povo. Só o que se sabe é que não eram de origem Semita (crânio alto, nariz levemente recurvado, barba e cabelos crespos), dado ao biótipo de seus habitantes (crânio curto arredondado, fronte baixa e inclinada, nariz aquilino muito pronunciado e a quase ausência de occipitais). Talvez vindos da Índia por mar (há parentescos lingüísticos com o idioma dos Drávidas, ao sul da Índia), talvez do nordeste, dos montes da Média ou quem sabe, diretamente do Cáucaso (além das semelhanças entre as línguas uralo-altaicas, a palavra kur em sumério, significa pátria, mas também montanha e oriente, respectivamente) . Vindos das montanhas, habitando em climas frios (evidenciado além de tudo pelo uso de sua longa e pesada tanga feita de mechas de lã), desconheciam, no início a palmeira e o leão

O fato é que muito misteriosa é a origem do povo Sumério, pois, qual povo, sob qualquer situação que se imagine, por pior condição que se encontre anteriormente, concordaria em se estabelecer em uma árida estepe, ou melhor, um tórrido deserto, aonde na foz de seus rios, uma vasta região pantanosa e de clima mortífero estava infestada de moscas, serpentes e escorpiões? Além disso, a total ausência de matérias primas tais como materiais de construção (madeira, pedras, etc.), riquezas (vegetação e minérios, preciosos ou não) vêm confirmar este fato.

Qual regente teria sido responsável pela primeira semeadura de cevada e trigo? O que o levara a acreditar ser possível a agricultura naquele lugar inóspito? Otimismo talvez, pois assim que as sementes começavam a brotar o Tigre ou o Eufrates arrasavam a semeadura com suas cheias, depositando aonde antes era uma fértil lavoura, detritos tais como areia, pedregulhos, restos vegetais e carcaças de animais, arrastados do norte. Como se isso não bastasse, vindos do deserto da Arábia, turbilhões de vento e areia, tornava o ar irrespirável e abrasivo, soterrando os campo já arruinados.

Foi na Suméria talvez, que se tenham feito os primeiros projetos de engenharia (inclusive comparáveis aos que conhecemos hoje) com sucesso. Com o auxílio de toda a população, foram projetados e construídos terraplenos, barragens e canais que tornaram as cercanias do Golfo Pérsico habitável e rica, a ponto de ser referida na Bíblia como o Paraíso Terrestre:

"...Ora o Senhor Deus havia feito um paraíso de delícias, onde colocou o homem que ele havia formado. E o Senhor havia produzido da terra todo o tipo de lindas plantas cheias de frutos (...) e deste lugar de delícias, brotava um rio que regava o Paraíso, e este rio divide-se em quatro braços..."

Não se sabe ao certo quanto tempo demandou esta obra. A ciência ortodoxa especula decênios, e até séculos, porém, nossa lógica impede de concordar que o povo tenha sobrevivido tanto tempo com estas obras ainda em andamento.

A civilização

Os sumérios eram mais rixentos do que guerreiros. Preferiam mais que tudo ficar em paz, a cultivar campos, a desenvolver o próprio comercio, erigir templos, e brigar entre si. Forcados pelo destino a encontrar-se naufragados sobre uma ilha totalmente aberta a quem quisesse desembarcar, sempre precisaram defender-se contra seus aguerridos vizinhos. Não se renderam facilmente, não se subtraíram as batalhas, nem tampouco os combateram de boa vontade; muito menos falam delas com facilidade. Seu triunfalismo era reservado aos grandes edifícios religiosos e as imensas obras agrícolas, mas não por certo as guerras, de que dão noticia geralmente por um dever de crônica.

Talvez por sempre terem sido mantidos sob pressão, exprimiram uma civilização extraordinária, que se propagou por toda a Ásia Menor, e que continuou mesmo quando deixaram de existir politicamente.

 

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