Salomão, um rei que se destacou pela sua sabedoria, escreveu alguns livros, três destes estão transcritos na Bíblia. Estes livros mostram um pouco da produção literatura hebraica e tem uma importância fundamental para a literatura mundial, são eles o Livro dos Provérbios, Livro de Eclesiastes e Cântico dos Cânticos ou Cantares.
O Livro dos Provérbios
Este livro possui 31 capítulos, dentre eles, a maior parte é atribuída a Salomão, exceto os capítulos de 25 a 31. Os capítulos do 25 ao 29 são palavras de Salomão transcritas pelos homens de Ezequiel, o 30 são palavras de Agur e o capítulo 31 com as palavras de Lamuel.
O livro dos Provérbios é um livro de "moral prática". Um provérbio é um ditado curto, cheio de antíteses ou comparações inteiramente desconexas e com uma moral implícita. O método oriental de ensino consistia em constante repetição de pensamentos sábios ou práticos, de modo a fixarem-se na mente, principalmente a dos jovens.O objetivo do livro aparece no primeiro capítulo e consiste em promover a sabedoria, ensino, entendimento, retidão, justiça, prudência, conhecimento e disciplina.
Alguns exemplos de versículos que ilustram as finalidades do livro:
6: 6 - "Anda, preguiçoso, olha a formiga, observa o seu proceder e torna-se sábio".
11:22 - "Um anel de ouro num focinho de porco é a mulher formosa sem bom senso".
12:24 - "Uma mulher forte é a coroa do seu marido, mas a mulher indigna é como a cárie nos seus ossos".
13:20 - "Quem caminha com os sábios torna-se sábio, quem se ajunta com insensatos torna-se mau".
20:17 - "Parece doce o pão da fraude mas depois a boca fica cheia de areia".
23:2 - "Põe a faca na tua garganta se és glutão!".
26:3 - "Relho para cavalo, freio para o jumento, e uma vara para as costas dos insensatos".
25:24 - "À melhor viver sob um ângulo do teto do que partilhar uma casa com mulher briguenta".
Livro dos Eclesiastes
Este livro possúi 12 capítulos. À um livro de tom melancólico que aborda uma pergunta filosófica: como viver da melhor forma possível num mundo onde tudo é vaidade? Neste livro, Salomão faz uma retrospectiva de sua vida e de suas obras. O livro provavelmente é produto da velhice de Salomão e deixa claro que as riquezas não trazem a felicidade.
"Há um momento para tudo e um tempo para todo o propósito debaixo do céu. Tempo de nascer e tempo de morrer ...". (Capítulo 3)
"Então examinei todas as obras de minhas mãos e o trabalho que me custou para realizá-las, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento e nada havia de proveitoso debaixo do sol". (Eclesiastes 2:1)
Para Salomão, nesta fase tudo é vaidade e aflição de espírito.
Cântico dos Cânticos ou Cantares
À um cântico de amor, com fartura de metáforas e abundância de figuras orientais de linguagem. Salomão exalta a natureza e expressa seu gosto por ela. À chamado "Cântico dos Cânticos" indicando possivelmente que Salomão considerava superior a todos os outros 1005 cânticos de sua autoria (I Reis 4:32). Pensa-se que escreveu para celebrar o casamento com sua esposa favorita.
Os interlocutores são a noiva chamada Sulamita, (I Reis 6:13) o rei e um coro de damas do palácio denominadas "filhas de Jerusalém". O harém de Salomão ainda era pequeno, apenas 60 esposas, 80 concubinas e um número de virgens na lista de espera (I Reis 6:8). Mais tarde cresceu para 300 esposas e 300 concubinas (I Reis 11:3)1. O poema é um elogio às alegrias do amor conjugal:
Onde anda o teu amado, ó mais bela das mulheres? Aonde foi o teu amado? Iremos buscá-lo contigo!
Meu amado desceu ao seu jardim, aos terrenos das balsameitas, foi pastorear nos jardins e colher açucenas.
Eu sou do meu amado e meu amado é meu, o pastor das açucenas. (Cânticos 6: 1, 2 e 3)
Da vida religiosa e cultural de Salomão, ainda aparecem discursos ao povo, orações e petições a Deus.
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