3 Antecedentes históricos.Por ocasião do aparecimento do cristianismo, sobre o qual se estabeleceu mais tarde o inicio da era cristã, todo o Mediterrâneo estava sob o poder de Roma. A Palestina, desde a divisão entre o reino do norte (Israel) e o do sul (Judá), após a morte do rei Salomão (c. 922 a.C.), vinha-se enfraquecendo política e socialmente, até a queda de Samaria, capital do reino do norte em 722 a.C. Judá continuou politicamente independente até a conquista babilônica (605 a.C.) e a deportação dos judeus para o cativeiro da Babilônia (586-539), quando os persas assumem o poder, promovem a restauração e permitem a manutenção dos costumes religiosos e culturais dos judeus, inclusive a volta de muitos deles para Judá.
4 Em 333 a.C. os gregos, com Alexandre Magno, vencem os persas, incluindo a Palestina nos domínios macedônios. Após a morte de Alexandre, em 323, seu vasto império foi dividido entre os seus generais, surgindo, após vários anos de luta, quatro grandes remos ou impérios, dos quais os mais importantes eram o Egito e a Síria. A Palestina estava situada entre os dois, e era um caminho estratégico durante as freqüentes campanhas militares. A Judéia (nome dado após o cativeiro da Babilônia á região correspondente a Judá), cuja existência social, política e religiosa se concentrava na cidade de Jerusalém, pagava tributo tanto ao Egito quanto á Síria, ou a ambos, conforme as circunstâncias. No ano 198, Antioco III, um dos reis selêucidas mais famosos, tomou toda a região, e a Judéia ficou em poder da Síria.
5 Em 175 subiu ao trono da Síria Antioco Epifanes, filho dc Antioco III, que se envolveu quase de imediato numa guerra com o Egito, da qual nunca saiu completamente vitorioso, sobretudo pelo apoio que os líderes religiosos judeus, principalmente os escribas, davam aos egípcios. (Religião política estavam unidas na Judéia, onde o sumo sacerdote presidia tanto os sacerdotes no grande templo quanto os anciãos no sinédrio.) Resolvendo castigar os judeus, Antioco entrou em Jerusalém, derrubou seus muros e saqueou o templo, levando os vasos sagrados. Decidido a acabar com a religião judaica, urna vez que era um obstáculo à submissão dos Judeus, proibiu todas as formas de culto a Jeová e iniciou forte perseguição. Os que escaparam à mortandade refugiaram-se em grutas e nas montanhas. O templo de Jerusalém foi profanado com a construção de um altar pagão sobre o altar dos holocaustos.
6 Contra essa profanação revoltaram-se os macabeus (ou asmoneus), assim como todos os judeus devotos, que se reuniram nas montanhas, onde iniciaram a luta contra os sírios. O movimento espalhou-se, e a guerra religiosa rapidamente se transformou numa série de triunfos. Jerusalém foi retomada e o templo reconsagrado em dezembro de 165. Em 161, porém, um grande exército sírio derrotou os macabeus, que apenas puderam manter-se, como pequeno grupo rebelde, cm Micmash.
7 Esse grupo aos poucos recuperou a confiança dos judeus e estendeu a sua influência e poder, principalmente sob João Hircano, e chegou a dominar quase toda a Palestina, exceto o norte da Galiléia, conquistada mais tarde por Aristobulo, filho de Hircano. Os saduceus apoiavam os rebeldes, mas os fariseus, ou separatistas, não aprovavam a política de Hircano por causa dos acordos que fez com Roma. Contra a ascensão de Alexandre Janeu, que acumulou os cargos de rei e de sumo sacerdote, os fariseus se revoltaram, provocando violenta guerra civil, que durou vários anos, ora com a supremacia destes, ora dos saduceus. A luta somente terminou com a tomada de Jerusalém por Pompeu, em 63 a.C., o que tornou os judeus súditos de Roma.
8 Pompeu nomeou Antípatro, um edomita (descendente de Esaú) procurador (da Judéia. Sucedeu-o seu filho Herodes o Grande (47 a.C.), que o senado romano fez rei da Judéia (40-4 a.C.). Para conquistar a simpatia do povo, Herodes reconstruiu com grande esplendor o templo de Jerusalém. Jesus teria nascido no seu reinado, provavelmente no ano 6 da nossa era. O massacre \*"*dos inocentes\*"* em Belém, nessa ocasião, ocorreu sob Herodes.
9 Dividira o reino, por testamento, entre três dos seus filhos: Arquelau (Judéia e Samaria), Herodes Antipas (Galiléia e Peréia) e Filipe (Ituréia e Traconítides). Arquelau foi exilado em 6 d.C. e seu território passou a ser administrado por procuradores romanos, dos quais o quinto seria Pilatos. Herodes Antipas governou até 39 d.C., quando foi destituído e desterrado. Filipe morreu em 34 d.C. sem deixar herdeiros. Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande (era filho de Aristobulo, morto pelo pai cm 7 a.C.(, e protegido de Caligula, conseguiu reconstituir o reino do avô (37-44).

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