Estudo baseado em Daniel, cap. 2.

Desde tempos remotos, as maiores potências do mundo teem aspirado ao domínio universal. Algumas o conseguiram por determinado tempo, e outras fracassaram em suas empresas. Também hoje em dia as nações mais poderosas da terra se vêem preparando para disputar o domínio universal. E este a quem caberá? Porventura algum dos atuais sistemas político-econômicos logrará estabelecer um domínio mundial permanente, promovendo a paz em todo o mundo? Quem nos poderá esclarecer este assunto de antemão? Ou temos que julgar esta questão pelas aparências, tirando conclusões da marcha da situação política do mundo? Não haverá alguma fonte segura que nos esclareça esta questão, sem deixar dúvidas em nossa mente?

Há mais de 2.500 anos atrás, o rei Nabucodonozor, de Babilônia, que havia feito grandes conquistas, sonhava em estender as fronteiras de seu reino até as extremidades da terra. De dia fazia planos para novas conquistas, e de noite sonhava com novas glórias. Certa vez teve um sonho notável. Seu espírito ficou perturbado e perdeu o sono. Mas, apesar de grandemente impressionado com o que havia sonhado, não pôde, ao acordar, lembrar-se dos pormenores do sonho. Perplexo, êle convocou os sábios, astrólogos, adivinhos e feiticeiros de seu reino, para consultá-los. "Tive um sonho", disse êle, "e para saber o sonho está perturbado o meu espírito". Mas aqueles homens não puderam tirar o rei do embaraço em que se achava. Enfurecido diante deste fracasso dos sábios, pois viu que queriam lográ-lo, disse-lhes: "se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um montouro" (Dan. 2:5). Expediu em seguida um decreto mandando exterminar todos os sábios de Babilônia. Esse decreto atingia também Daniel, um jovem hebreu de linhagen real, que servia na corte, bem como seus três companheiros. Daniel, porém, com muita prudência, solicitou ao rei que adiasse a sentença e lhe desse um prazo, a fim de que pudesse buscar auxílio junto ao Deus de seus pais. E seu pedido foi atendido. Implorou então misericórdia ao Senhor, sobre o segredo do rei, para que êle e seus companheiros não perecessem juntamente com os demais sábios de Babilônia. E o Senhor lhe revelou o segredo numa visão de noite. Era um quadro profético, em miniatura, da marcha dos acontecimentos a ter lugar desde então até o fim.

Apresentou-se então o jovem hebreu ao rei e disse: "há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; Êle pois fez saber ao rei Nabucodonozor o que há de ser no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça na tua cama são estas: Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos ao que há de ser depois disto. Aquele pois que revela os segredos te fez saber o que há de ser... Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; as pernas de ferro; os pés em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou... Mas a pedra, que feriu a estátua, se fez um grande monte, e encheu toda a terra". "Este é o sonho", continuou êle; "também a interpretação dele diremos na presença do rei. Tu, ó rei, és rei de reis; pois o Deus do céu te tem dado o reino, o poder, e a força, e a majestade... Tu és a cabeça de ouro". (Dan. 2:28-38).