2.9.3. A Glossolalia e os Fenômenos Carismáticos

O Autêntico Dom de Línguas

Ninguém pode pôr em dúvida o fato de que existe um autêntico dom de Espírito, mencionado entre outros dons, conquanto ocupando precisamente o último lugar, isto é, o dom de línguas (1 Cor. 12:28). É também evidente que a primeira e grande manifestação deste dom na igreja apostólica ocorreu no dia do Pentecostes, e com o propósito específico de declarar as boas-novas acerca de Jesus a povos pertencentes a umas 16 línguas diferentes, e que não estavam familiarizados com o aramaico.

É Deus quem decide que dom outorgar à igreja e em que época, de acordo com as necessidades particulares desse tempo e desses lugares. Nós apenas poderíamos perguntar a nós mesmos por que hoje em dia não vemos muitas manifestações do autêntico dom de línguas. A resposta é clara. No mundo de nossos dias, os missionários podem aprender a manejar um novo idioma numa forma comparativamente fácil e rápida. Há boas escolas, dicionários, gramáticas e oportunidades para estudar. Por outro, Deus viu que no mundo de confusão em que vivemos, a igreja necessitava da voz clara de um profeta moderno, e por esta razão Ele outorgou a Sua igreja o dom de profecia, que resultou numa grande bênção.

O autêntico dom de línguas do Espírito se manifestou somente três vezes durante a igreja apostólica. Se se tratasse de algo absolutamente indispensável na experiência de todo cristão como sendo prova de verdadeira conversão, como crêem os pentecostais, o Novo Testamento estaria absolutamente cheio de tais fenômenos. Mas este não é o caso. Se a glossolalia fosse um elemento normativo na vida de todo cristão nascido de novo, o silêncio de Lucas com respeito aos três mil salvos no dia do Pentecostes e com respeito aos samaritanos do capítulo 8 de Atos, seria inexplicável. O mesmo se poderia dizer do silêncio a respeito de uma vida perfeita como a de Jesus, nosso exemplo, no caso de semelhante fenômeno. E Jesus recebeu o Espírito sem medida (S. João 3:34).

Em toda a igreja apostólica existem somente três ocasiões em que se falaram línguas. A primeira e a principal foi a ocasião do Pentecostes, quando, como vimos, o objetivo principal era alcançar os peregrinos que haviam vindo de outras partes do mundo e falavam diferentes línguas, de modo que o fenômeno lhes foi relevante para tornar-lhes completamente acessível o evangelho.

Nos outros dois casos - o encontro de Pedro com Cornélio (Atos 10:45), e quando Paulo se encontrou com os conversos de Éfeso (Atos 19:5, 6) ? o objetivo de filar em línguas era duplo, a saber, convencer os discípulos do genuíno caráter da experiência dos gentios, e de que Deus os havia aceito, por um lado, e por outro outorgar a capacidade de proclamar o evangelho em outras línguas. Devemos, porém, notar que estes foram casos especiais, não devido a que tais fenômenos fossem naturais ou usuais, mas precisamente porque eram raros e inusitados. Em outras palavras, estes casos não provam de modo algum que o falar línguas era um sinal necessário de conversão no caso de todos os cristãos.

1 Coríntios 14 e o Dom de Falar Línguas Extáticas

Pode haver outras pessoas que queiram ver outro tipo de glossolalia bíblica autêntica, baseadas no capítulo 14 de 1 Coríntios especialmente os versos 2-4, que parecem sugerir tal coisa. A passagem diz: "Porque o que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus; porque ninguém o entende, porquanto em espírito fala de mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação O que fala em língua estranha, a si mesmo se edifica; mas o que profetiza, edifica a igreja".

Antes de mais nada, tenhamos em conta que o adjetivo “estranha” aplicado a língua não aparece no original grego. Trata-se de uma palavra suprida pelo tradutor. Neste tipo aparentemente diferente de glossolalia, a pessoa que o usa: a) não fala para os homens, mas para Deus. b) Fala de mistérios. Portanto, poderia ser um idioma misterioso ou desconhecido. c) O propósito é edificar a si mesmo.

Esta é uma passagem controvertida das Escrituras, e nossos eruditos e estudiosos da Bíblia a interpretam de diferentes modos. Alguns deles aceitam o fato de que esses versos representam uma classe diferente de falar línguas. Alguns não aceitam isto. Mas para o efeito de dar ao movimento carismático o pleno beneficio da dúvida, estamos; adotando aqui a primeira possibilidade.

Em nossa história denominacional, houve pelo menos um caso autêntico desta espécie de falar línguas. Este caso não foi aceito por Ellen G. White a princípio, mas logo Deus lhe deu uma visão e ela reconheceu o caso como autêntico. (A informação completa aparece em Review and Herald, de 15 de março de 1973, pp. 6, 7) Quando ela aceitou o caso, um ex-obreiro que se havia afastado completamente por desânimo pessoal, respondeu de modo positivo depois de ser chamado de novo, e foi resgatado.

Este caso poderia ser a base para aceitar a interpretação de I Cor. 14:2-4 como referida a um tipo de dom de línguas diferente daquele que aparece em Atos.

Mas juntamente com isto devemos recordar as muitas páginas que a serva do Senhor escreveu acerca da falsidade da glossolalia mesclada com movimentos físicos; e emocionais que eram comuns naqueles dias, como acontece também hoje, e a maneira como se referiu a isto para condenar e desaprovar o movimento. “Têm [os que praticam esta classe de atividades] uma algaravia sem sentido a que chamam língua desconhecida, desconhecida não só ao homem, mas ao Senhor e a todo o Céu. Tais dons são manufaturados por homens e mulheres ajudados pelo grande enganador. O fanatismo, a falsa excitação, o falso falar línguas e os cultos ruidosos, têm sido considerados dom postos na igreja por Deus”. ? Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 161.

A Condição Particular da Igreja de Corinto

Como comentário sobre I Corintios 14, recordemos o marco histórico no qual atuava a igreja. Ela se encontrava num estado espiritual muito baixo, com uma série de problemas de certa gravidade. Era uma igreja cosmopolita, com muita mundanidade em seu meio, estabelecida num centro de paganismo e de vício. Somente no templo de Vênus-Afrodita havia mil vestais, ou sacerdotisas prostitutas que praticavam ritos licenciosos. A epístola menciona uma série de pecados e fraquezas que Paulo queria corrigir.

Entre os males da igreja de Corinto estavam as manifestações de uma falsificação do dom de línguas, um dom heterodoxo que Paulo ataca como contrário aos ensinos da Bíblia. As pessoas em Corinto estavam acostumadas a cenas em que uma sibila pagã, trabalhado para um oráculo específico, era consultada por muitos clientes. A mulher entrava num transe satânico, transe muito similar ao estado dos modernos médiuns espíritas. Nesse estado, a sibila pagã falava numa geringonça misteriosa e ininteligível, que o sacerdote interpretava para os clientes. E esta prática havia sido levada ao seio da igreja.

A igreja, que se gloriava da posse do dom de línguas, de acordo com o que Paulo diz nos capítulos 12 e 14 de I Coríntios, tinha apenas uma falsificação que ele denuncia como tal.

O apóstolo dedica o capítulo 12 a enunciar e esclarecer a importância dos dons. Do estudo destes três capítulos (12, 13 e 14), chegamos às seguintes conclusões, com toda clareza:

Considerações de Paulo com Respeito ao Dom de Línguas

1) É o Espírito que outorga os dons como Lhe convém, de maneira que a aceitação de um determinado dom não depende da vontade ou do pedido da pessoa. (I Cor. 12:11.)

2) A diversidade de dons, regulada pelo Espírito Santo, tem como seu alvo principal a saúde espiritual, a harmonia cooperativa e a unidade funcional da igreja como um corpo. (Ver versos 1-28.)

3) Nem todos terão o poder de possuir o dom de línguas. (Versos 29 e 30.) Isto mostra o crasso erro da premissa básica de todos os tipos de pentecostismo, isto é, que este dom é normativo da conversão.

4) O dom de línguas é o último, o menor, e é um erro fazer dele o aspecto principal da vida espiritual. (Versos 8-10; 29-31.)

O último versículo do capítulo 12 e todo o capítulo 13 são dedicados à demonstração de que há "um caminho mais excelente” do que os dons, a saber, ter na vida os frutos do Espírito por  antonomásia, os frutos do amor.

Do estudo do capítulo 14 chegamos aos seguintes fatos:

1) O dom de profecia é superior ao dom de línguas. (Versos 1-5.) Existe um esforço persistente por parte do apóstolo Paulo para diminuir a importância desta atividade, da qual se jactavam os membros da igreja de Corinto.

2) Se alguém tinha de usar um idioma estranho ou desconhecido na igreja, devia interpretá-lo ou encontrar alguém que tivesse o dom de interpretação para fazê-lo. No caso de não ser isto possível, devia guardar silêncio. (Versos 6:19, 27, 28.)

3) Paulo condena os coríntios e os admoesta a suspender o triste espetáculo em que muitos falavam ao mesmo tempo, em um idioma estranho, sem interpretação. Isto produzia confusão e trazia ridículo ao evangelho, desacreditava a igreja e distorcia uma das principais funções do dom de línguas, que era pregar o evangelho e respaldar sua autenticidade. (Versos 20-26.)

4) O falar línguas na igreja, além de dever ser acompanhado por interpretação, devia seguir outras duas regras: “Deus não é Deus de confusão, mas de paz. ... Faça-se tudo decentemente e com ordem”. (Versos 33-40.)

A Moderna Glossolalia, uma Falsificação

Uma falsificação não é fácil de descobrir e nunca se classifica a si mesma como tal. Portanto, o conselho de I S. João 4:1 sobre provar os espíritos, se são ou não de Deus, é muito relevante nesta hora de confusão e falsos profetas. I Corintios 14, ainda que assumamos a posição de que sustenta outro tipo de glossolalia que o mencionado em Atos dos Apóstolos, quando analisado de modo correto, não sustenta o pentecostismo modemo e tampouco o movimento carismático, senão que os desmascara. É a condenação mais forte e mais clara desses movimentos.

Há outras provas bíblicas que indigitam a moderna glossolalia como uma falsificação.

Antes de mais nada, o movimento subestima a lei de Deus. Segundo Isa. 8:20, o ir contra a lei é um claro sinal de origem espúria Deus não Se contradiz. Ele nos mostra em Sua Palavra que “a lei é santa, o mandamento santo, justo e bom” (Rom.7:12). Jesus também declarou que esta lei não poderia ser destruída (S. Mat. 5:17-19), porque é o reflexo do perfeito caráter de Deus, e assim como Deus não pode mudar, também a lei não pode ser modificada.

Isa. 8:20 diz também: "À lei e ao testemunho! Qualquer pessoa ou sistema que não fale de acordo com o testemunho (a Palavra de Deus), que é a única medida da verdade, pode ser tido por certo que não há neles luz ou verdade, mas apenas engano e obscuridade.

Todo movimento que não esteja claramente relacionado com a verdade, nem totalmente em harmonia com a Bíblia, deve ser descartado como falsificação.

A renovação carismática pode ver-se em todas as igrejas, tanto católicas como protestantes, sem nenhuma relação com a verdade bíblica. Ela é compatível com qualquer tipo de doutrina Ademais, inclui pessoas que se baseiam completamente no batismo do Espírito Santo, manifestado pelo suposto dom de línguas. São admitidas, porque partem do arrazoado de que quem possui o dom de línguas, chegou ao máximo possível da experiência cristã, a uma condição na qual não necessita mais nada, e da qual nunca será movido.

Mas nenhum verdadeiro dom do Espírito pode ocorrer a não ser dentro do contexto dá verdade e dentro do marco da igreja, a verdadeira igreja de Deus. "A uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos" (1 Cor. 12:28). Algo que ocorra em qualquer igreja, sem relação com qualquer verdade bíblica, não pode ser de Deus.

O segundo critério para descobrir a verdade e a ortodoxia são os frutos. (S. Mat. 7:16.) Não pode haver qualquer concessão de dons do Espírito a uma pessoa sem que primeiro haja manifestado os frutos do Espírito. E depois de receber o que se pretende seja um dom do Espírito, aqueles frutos devem ser ainda mais evidentes na vida. Mas isto não ocorre no pentecostismo, tanto no tradicional como no moderno.

Muitos que supostamente recebem o Espírito e falam línguas, não demonstram nenhuma mudança de vida.

De outra parte, os resultados práticos do moderno dom de línguas mostram que esta experiência é prejudicial para a vida cristã. Cristo é deixado fora do quadro. O mais importante é falar línguas, e quando se alcança isto, o crente pensa que não necessita mais nada. Isto faz que as pessoas se sintam superiores, trazendo deste modo divisionismo na igreja. Eleva o indivíduo a uma falsa segurança.

O Alvo do Inimigo ao Usar o Movimento Carismático

O povo deseja nestes dias encontrar a verdadeira fonte da felicidade e uma solução para seus muitos problemas diários. Sente-se frustrado com suas próprias igrejas, que crê irrelevante para esta época moderna. Por esta razão, as pessoas estão prontas a apegar-se a qualquer coisa espetacular ou excitante, com a esperança de descobrir a verdadeira forma de resolver suas ansiedades e sofrimentos e encontrar caminho seguro para receber uma resposta a suas incertezas.

Esta a razão por que todas as práticas de ocultismo e as atividades psíquicas são assim populares. Este mesmo fato explica porque o tipo emocional de religião oferecido pelos fenômenos carismáticos parece satisfazer às pessoas que não possuem uma verdadeira experiência com Deus.

Assim, pois, existe um propósito específico de Satanás na promoção da moderna glossolalia. Ele sabe tão bem como nós mesmos, que “Antes de os juí­zos finais de Deus caí­rem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos".  O Grande Conflito, p. 464.

Este reavivamento será o resultado da descida do Espírito Santo como poder de Deus na chuva serôdia, o qual capacitará a igreja a fazer uma obra milagrosa na pregação do evangelho a toda nação e a toda pessoa que viva neste planeta.

Mas tem sido o estudado plano de Satanás impedir esta obra de reavivamento e reforma, e isto é o que ele quer alcançar mediante um falso reavivamento e um movimento espúrio. "O inimigo das almas deseja estorvar esta obra [o verdadeiro derramamento do Espírito]; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-Ia, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão”. - Ibidem.

Chamam-se Movimento de Jesus Renovação Carismática, Cura pelo Espírito, ou qualquer outro nome que se possa inventar. Isto fará que as pessoas se contentem com alguma forma de excitação emocional que as impeça de acorrerem à fonte real de gozo, felicidade, libertação do pecado e segurança, a saber, a Jesus e a uma relação de entrega e obediência a Ele e Sua Palavra.

A Maneira Autêntica de Receber o Espírito Santo

É o batismo do Espírito Santo algo que ocorre na atmosfera de excitação e ruidoso emocionalismo, entre movimentos grotescos e unia engrolação desconhecida? Entra o Espírito do Senhor numa vida humana sem levar em conta se existe ou não conversão plena, manifestada pelos frutos do Espírito e obediência à verdade e à lei de Deus? De acordo com a Bíblia, cremos que não. (Atos 5:3.) As Escrituras não autorizam semelhante procedimento.

O Espírito Santo toma posse de uma vida quando há clara manifestação de arrependimento, abandono do pecado, obediência, mudança de vida e verdadeira disposição de testemunhar a favor de Cristo. Tanto a Bíblia como o Espírito de Profecia nos asseguram que, na plenitude do Espírito, o batismo com o Espírito Santo ocorrerá depois que o mesmo Espírito houver convencido o coração pecaminoso, e depois que este tenha respondido plenamente, e depois que o Espírito tiver chegado a ser um poder que reside na vida, e depois que o cristão tiver manifestado o sincero desejo de ser empregado pelo Espírito na promoção do reino de Deus na Terra.

Não é sobre a base de sentimentos e emoção que o cristão recebe o Espírito, mas sobre a base de uma comunhão secreta, de uma obediência fiel, e de uma entrega da vida. Por outro lado, os sentimentos religiosos e uma manifestação sobrenatural não são evidência de origem divina ou da aprovação de Deus.

Ademais, a recepção do Espírito Santo, assim como a salvação, não é fenômeno instantâneo, algo que acontece a uma pessoa de uma vez e para sempre, de forma espetacular, de maneira que essa pessoa continue batizada por toda a vida com o Espírito. Não se recebe numa atmosfera de hipersugestibilidade que caracteriza o neo-pentecostismo. As condições necessárias devem cumprir-se cada dia, ou, de outro modo, a vida perde o batismo e sua plenitude. Todos os dias tem de haver uma renovação da experiência de arrependimento e conversão. A entrega há de ser feita todos os dias, a fim de que haja este poder, para que ele reabite na vida e outorgue energia espiritual.

Esta é a maneira em que o Senhor recebia todos os dias o dom do Espírito, depois de passar com Deus as primeiras horas da manhã.

Na quietude da câmara particular de oração, depois de uma contemplação do maravilhoso caráter de Jesus, depois de pedir e receber pela fé tanto Sua justiça imputada como Seu comu­ nicado caráter, o filho de Deus recebe pela fé o batismo diário do Espírito Santo.

A Associação Geral Oriental do Movimento de Renovação Carismática, reuniu-se no grande auditório da cidade de Atlanta, Estados Unidos, em outubro de 1976, e durante três dias con­secutivos 28 mil cristãos de diferentes religiões, mas na maioria católicos, ouviram sermões e se dedicaram aos ruidosos exer­cícios próprios desta espécie de reuniões. Um dos principais dirigentes desse movimento, sacerdote católico, havia expressado a idéia de que o movimento carismático é um dos elementos de um "processo de reconciliação e unidade da igreja cristã". O padre Miguel Scanlan disse que Deus estava "derramando Seu Espírito sobre o movimento de Renovação Carismática Cristã".

Quatro anos antes, em junho de 1972, 20 mil pessoas se haviam reunido numa conferência de renovação carismática no recinto da Universidade de Notre Dame, Estados Unidos. As reuniões de fim-de-semana terminaram num sábado à tarde, com a celebração de uma missa em que participaram quase 500 sacerdotes, 6 bispos, e o cardeal Leo Joseph Suenes, cabeça da igreja católica da Bélgica. Ele havia declarado antes sua grande fé no movimento carismático e também afirmado que o mesmo havia recebido "o batismo do Espírito Santo” mediante o dom de línguas.

Há duas décadas ninguém teria sequer sonhado que algumas das igrejas conservadoras navegariam com a corrente do movimento carismático, e muito menos que a igreja católica lhe daria o seu respaldo como um método providencial e ortodoxo de chegar à unidade das igrejas, propósito este tanto do Concílio Vaticano 11, como do Concílio Mundial de Igrejas.

Aqui se aplica o que dizíamos sobre os sinais evidentes da   união entre, os três grandes poderes que Satanás usará nos últimos dias para levar a cabo seu ataque final contra Deus e Seu povo e Sua verdade, a saber, o dragão, ou espiritismo, a besta,   ou papado, e o falso profeta, ou igrejas protestantes no seu conjunto.

O fato é, sem dúvida, que existe uma grande semelhança   entre os fenômenos carismáticos e algumas atividades espíritas.   Ao aproveitar-se do estado de confusão que vemos em nossos dias, seja nas igrejas cristãs como na sede geral de caráter espiritual de pessoas não satisfeitas com a frieza e a ineficácia de suas   próprias religiões, Satanás tem imaginado este tipo novo e mais exaltado de religião emocional, que pretende ser uma renovação espiritual, mas no fundo não passa, em última análise, de uma  “forma cristianizada de espiritismo" como o Pastor R F. C. bem o expressa em seu editorial na Review and Herald, de 2 de dezembro de 1976.

 

 

 

 

 

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