De Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé foram para Icônio. Neste lugar, como em Antioquia, começaram suas atividades na sinagoga de seu próprio povo. Tiveram assinalado sucesso; "creu uma grande multidão, não só de judeus mas de gregos". Mas em Icônio, como em outros lugares onde os apóstolos trabalharam, "os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios". Atos 14:1 e 2.
    Os apóstolos, entretanto, não recuaram de sua missão; pois muitos estavam aceitando o evangelho de Cristo. Enfrentando a oposição, inveja e preconceito foram eles avante com sua obra, "falando ousadamente acerca do Senhor"; e Deus "dava testemunho à palavra de Sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios". Atos 14:3. Essas evidências da aprovação divina tinham poderosa influência sobre aqueles cuja mente estava aberta à convicção, e multiplicavam-se os conversos ao evangelho.
    A crescente popularidade da mensagem apresentada pelos apóstolos encheu de inveja e ódio os judeus incrédulos e eles determinaram fazer cessar de uma vez os trabalhos de Paulo e Barnabé. Por meio de relatos falsos e exagerados, levaram as autoridades a temer que toda a cidade estivesse em perigo de ser incitada a uma insurreição. Declararam que grande número se estava aliando aos apóstolos, e sugeriram que havia nisto desígnios secretos e perigosos.
    Em conseqüência destas acusações, os discípulos eram repetidamente levados perante as autoridades; mas sua defesa era tão clara e singela, e tão calma e compreensível sua afirmação daquilo que estavam ensinando, que forte influência era exercida em seu favor. Embora os magistrados estivessem prevenidos contra eles pelas falsas afirmações ouvidas, não ousavam condená-los. Tinham de reconhecer que os ensinos de Paulo e Barnabé tendiam a formar homens virtuosos, cidadãos leais, e que a moral e a ordem da cidade seriam melhoradas se fossem aceitas as verdades ensinadas pelos apóstolos.
    Por intermédio da oposição que os discípulos enfrentavam, a mensagem da verdade ganhava grande publicidade; os judeus viam que seus esforços para impedir a obra dos novos ensinadores resultava apenas em acrescentar maior número de adeptos à nova fé. "E dividiu-se a multidão da cidade; e uns eram pelos judeus, e outros pelos apóstolos." Atos 14:4.
    Tão enraivecidos ficaram os líderes judeus pelo rumo que as coisas estavam tomando que decidiram alcançar seu objetivo pela violência. Estimulando as piores paixões da massa ignorante e tumultuária, foram felizes em provocar um motim, atribuindo-o aos ensinos dos discípulos. Com esta falsa acusação esperavam ganhar o auxílio dos magistrados na realização de seu propósito. Estavam determinados a que os apóstolos não tivessem oportunidade de se defenderem, interferindo a turba e apedrejando a Paulo e a Barnabé, pondo assim um fim a suas atividades.
    Amigos dos apóstolos, embora incrédulos, advertiram-nos dos maldosos desígnios dos judeus, e suplicaram-lhes que não se expusessem desnecessariamente à fúria da turba, mas fugissem para salvar a vida. Concordes, Paulo e Barnabé partiram secretamente de Icônio, deixando os crentes a promoverem a obra sozinhos por algum tempo. Mas de maneira nenhuma saíam em definitivo; haviam proposto retornar, após acalmada a agitação, para completar a obra iniciada.
    Em cada século e em cada terra, os mensageiros de Deus têm sido chamados a enfrentar amarga oposição dos que deliberadamente escolhem rejeitar a luz do Céu. Não raro, pela mistificação e falsidade, têm os inimigos do evangelho aparentemente triunfado, cerrando assim as portas por onde os mensageiros de Deus poderiam ter acesso ao povo. Mas essas portas não podem permanecer para sempre fechadas; e, muitas vezes, ao voltarem os servos de Deus para reassumir suas atividades, o Senhor tem obrado poderosamente em favor deles, habilitando-os a estabelecerem monumentos para a glória de Seu nome.

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