Enquanto Jesus ministrava nas ruas das cidades, as mães, levando nos braços os filhinhos, comprimiam-se através da multidão, tentando chegar onde Ele as pudesse ver.
    Imaginai essas mães, pálidas, cansadas, quase em desespero, mas decididas e perseverantes. Carregando seu fardo de sofrimentos, buscam o Salvador. Como são repelidas para trás pela multidão revolta, Cristo abre passo a passo caminho para elas, até que lhes fica ao lado. Brota-lhes no coração a esperança. Caem-lhes lágrimas de alegria ao Lhe atraírem a atenção, e fitarem os olhos que tanta piedade e amor exprimem.
    Destacando uma do grupo, o Salvador lhe estimula a confiança, dizendo: "Que posso fazer por ti?" Ela soluça sua grande necessidade: "Mestre, cura meu filho." Cristo toma o pequenino nos braços, e a doença foge ao Seu contato. Desaparece a palidez da morte; a corrente comunicadora de vida flui através das veias; os músculos são revigorados. Jesus dirige à mãe palavras de conforto e paz; e logo se apresenta outro caso, de urgência igual. Novamente, Cristo exerce Seu poder vivificante, e todos dão louvor e honra Àquele que opera maravilhas.
    Detemo-nos muito na grandeza da vida de Cristo. Falamos das coisas maravilhosas por Ele realizadas, dos milagres que Ele operava. Mas Sua atenção às coisas consideradas pequeninas é uma prova ainda maior de Sua grandeza.
    Entre os judeus era costume levar as crianças a algum rabi para que lhes impusesse as mãos numa bênção; mas os discípulos julgavam o trabalho do Salvador muito importante para ser interrompido daquela maneira. Quando as mães chegaram, desejando que Ele lhes abençoasse os pequeninos, os discípulos as olharam com desagrado. Pensavam que essas crianças eram muito pequenas para receber benefício da visita a Jesus, e concluíram que Ele não apreciaria sua presença. Mas o Salvador compreendeu o cuidado e a preocupação das mães que estavam procurando educar seus filhos em harmonia com a Palavra de Deus. Ouvira-lhes as orações. Ele próprio as atraíra a Sua presença.
    Uma mãe deixara a casa com o filhinho para ir em busca de Jesus. No caminho, ela disse a uma vizinha o que ia fazer, e esta teve desejo de que Jesus abençoasse seus filhos também. Assim, várias mães ali chegaram juntas, levando seus pequenos. Alguns deles já haviam passado da primeira infância, à meninice e adolescência. Quando as mães explicaram seu desejo, Jesus ouviu com simpatia a tímida e lacrimosa petição. Mas esperou para ver como os discípulos as tratariam. Quando os ouviu reprovar as mães e mandá-las embora, julgando fazer-Lhe um favor, Ele lhes mostrou seu erro, dizendo: "Deixai vir os pequeninos a Mim e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus." Mar. 10:14. Tomou nos braços as crianças. Pôs-lhes as mãos em cima, e deu-lhes as bênçãos que tinham ido buscar.
    As mães ficaram confortadas. Voltaram para casa fortalecidas e felizes pelas palavras de Cristo. Foram animadas a retomar suas cargas com redobrado ânimo, e a trabalhar esperançosas em favor de seus filhos.
    Se nos fosse revelada a vida posterior daquele pequenino grupo, veríamos as mães recordando aos filhos a cena daquele dia, e repetindo-lhes as amoráveis palavras do Salvador. Veríamos também quantas vezes, nos anos que se sucederam, a lembrança daquelas palavras guardou os filhos de se desviarem do caminho traçado para os remidos do Senhor.

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