OS SANTUÁRIOS DE DEUS NA TERRA

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ão foi muito depois de ter dado a lei no monte Sinai que o Senhor ordenou a Moisés: "Fala aos filhos de Israel, que Me tragam uma nova oferta alçada: de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a Minha oferta alçada". Êxo. 25:2. Essa oferta devia consistir em "ouro, e prata, e cobre, e azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras, e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim, azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e especiarias para o incenso, pedras sardônicas, e pedras d"engaste para o éfode e para o peitoral". Vers. 3-7. Isso devia ser usado na construção de "um santuário, e habitarei no meio deles". Vers. 8.

O santuário aqui mencionado toma, pelo comum, o nome de tabernáculo. Era em realidade uma tenda com paredes de madeira, tendo o fôrro quatro camadas de materiais: a interior de linho fino dobrado, a exterior "de peles de carneiro, tintas de vermelho, e outra coberta de peles de texugo em cima". Êxo. 26:14. O edifí­cio propriamente dito não era muito grande, pois tinha cerca de 6 metros por 18, e uma parte fechada externa chamada pátio, com aproximadamente 30 metros de largura por 60 de comprimento.

O tabernáculo era um edifí­cio portátil, de maneira que podia ser desmontado e facilmente transportado. Ao tempo em que foi construí­do, Israel jornadeava pelo deserto. Aonde quer que fossem, transportavam consigo o tabernáculo. As tábuas da construção não eram pregadas uma à outra como em geral se faz, mas separadas, e cada uma delas mantida em pé por meio de uma base de prata. Êxo. 36:20-34. As cortinas que cercavam o pátio pendiam de pilares fixos em bases de cobre. Êxo. 38:9-20.

 

A mobí­lia do tabernáculo era feita de maneira que pudesse ser facilmente transportada. O edifí­cio inteiro, conquanto formoso e magní­fico em suas linhas, revelava sua natureza transitória. Destinava-se a servir somente até ao tempo em que Israel se estabelecesse na Terra Prometida e um edifí­cio de natureza mais estável pudesse ser erigido.

O edifí­cio propriamente dito tinha dois compartimentos, o primeiro e maior, chamado santo; e o segundo, o santí­ssimo. Uma rica cortina ou véu separava esses compartimentos. Como não havia janelas no edifí­cio, tanto um como outro compartimento, e especialmente o interior, se dependessem da luz do dia, forçosamente haviam de ficar í s escuras. Em virtude da natureza temporária da estrutura, alguma luz talvez penetrasse; porém, na melhor das hipóteses, devia ser muito pouca. No primeiro compartimento, contudo, os candeeiros do castiçal de sete lâmpadas produziam suficiente luz para que os sacerdotes efetuassem o serviço diário segundo prescrevia o ritual.

Havia no primeiro compartimento três objetos do mobiliário, a saber: a mesa dos pães da proposição, o castiçal de sete lâmpadas e o altar do incenso. Quem penetrasse no compartimento pela frente do edifí­cio, que estava voltada para o nascente, veria quase na extremidade da sala o altar do incenso. Veria à direita a mesa dos pães da proposição, e à esquerda, o castiçal. Dispostos sobre a mesa, em duas fileiras, os doze pães da proposição, juntamente com o incenso e os copos para a oferta memorial. Nela se encontravam também pratos, colheres e tigelas usados no serviço diário. Êxo. 37:16. O castiçal era feito de ouro puro. "O seu pé, e as suas canas, os seus copos, as suas maçãs e as suas flores da mesma peça". Vers. 17. Tinha seis canas, três de cada lado e uma no centro. Os copos que continham o óleo tinham a forma de amêndoas. Vers. 19. Não só o castiçal era feito de ouro, mas também os espevitadores e apagadores. Vers. 23.

A mais importante peça do mobiliário desse compartimento era o altar do incenso. Tinha cerca de um metro de altura e quase meio de largura. Era forrado de ouro puro, e tinha uma coroa de ouro ao redor. Era sobre esse altar que o sacerdote, no serviço diário, colocava as brasas tiradas do altar das ofertas queimadas, e o incenso. Ao pôr incenso sobre as brasas do altar,

 

o fumo ascendia, e, como o véu entre o santo e santí­ssimo não alcançava o teto do edifí­cio, o incenso enchia logo não só o lugar santo mas o santí­ssimo também. Deste modo, o altar do incenso, embora estivesse no primeiro compartimento, servia igualmente o segundo. Por essa razão ficava "diante do véu que está diante da arca do testemunho, diante do propiciatório, que está sobre o testemunho, onde Me ajuntarei contigo". Êxo. 30:6.

No segundo compartimento, o santí­ssimo, existia apenas uma peça de mobiliário: a arca. Tinha ela a forma de caixa com pouco mais de um metro de comprimento e aproximadamente 60 centí­metros de largura. A cobertura dessa caixa chamava-se propiciatório. Sobre o propiciatório havia uma coroa de ouro ao redor, como se dava com o altar do incenso. Na arca colocou Moisés os dez mandamentos escritos sobre duas tábuas de pedra, com o próprio dedo de Deus. Pelo menos durante algum tempo continha ela também o vaso de ouro com o maná e a vara florescida de Arão. Heb. 9:4. Sobre o propiciatório havia dois querubins de ouro, de obra batida, ficando um de um lado e outro de outro. Êxo. 25:19. Diz-se desses querubins que "estenderão as suas asas por cima, cobrindo com as suas asas o propiciatório; as faces deles uma defronte da outra: as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório". Êxo. 25:20. Ali Deus Se comunicaria com Seu povo. Disse Ele a Moisés: "Ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo o que Eu te ordenar para os filhos de Israel". Êxo. 25:22.

No pátio, bem em frente da porta do tabernáculo estava uma pia, uma enorme bacia cheia de água. Era feita de cobre obtido dos espelhos que as mulheres haviam dado para esse fim. Nessa pia deviam os sacerdotes lavar as mãos e os pés antes de entrar no tabernáculo e começar o serviço. Êxo. 30:17-21; 38:8.

No pátio ficava também o altar dos holocaustos, que desempenhava parte muito importante por servir em todas as ofertas sacrificais. Tinha cerca de um metro e meio de altura e em cima 2m,40 de largura, e era oco por dentro e coberto de cobre. Êxo. 27:1. Sobre esse altar colocavam-se os animais que eram oferecidos em holocaustos.

 

Aí­ também era consumida a gordura e colocada a parte da carne que se requeria. Nas quatro extremidades havia saliências que se assemelhavam a chifres. Em certas ofertas sacrificais, o sangue era colocado sobre essas pontas ou aspergido sobre o altar. O resto do sangue, que não se usava na aspersão, era derramado na base do altar.

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