O Templo de Salomão

Ao assumir o reino Salomão, o velho tabernáculo devia achar-se em condições precárias. Contava várias centenas de anos e estivera exposto ao vento e à intempérie por todo esse longo tempo. Davi se havia proposto edificar ao Senhor uma casa, mas lhe foi dito que, visto ser ele homem guerreiro, não lhe seria dado faze-la. Seu filho Salomão construí­-la-ia. E esse templo foi edificado "com pedras preparadas, como as traziam se edificava: de maneira que nem martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de ferro se ouviu na casa quando a edificavam". I Reis 6:7.

O templo propriamente dito tinha cerca de 9 metros de largura por 27 de comprimento. Na frente, que ficava para o lado do nascente, havia um vestí­bulo com aproximadamente 9 metros de comprimento por 5 de largura. Ao redor das outras paredes do templo foram construí­das três filas de câmaras, sendo algumas delas usadas para aposentos dos sacerdotes e levitas que oficiavam no templo, e as demais para depósito do dinheiro e outras dádivas ofertadas. Por dentro era forrado de cedro coberto de ouro e esculpido com figuras de querubins, palmas e flores abertas. I Reis 6:15, 18, 21, 22 e 29. Deles se diz: "Assim edificou Salomão aquela casa, e a aperfeiçoou. Também cobriu as paredes da casa por dentro com tábuas de cedro: desde o soalho da casa até ao teto tudo cobriu com madeira por dentro: e cobriu o soalho da casa com tábuas de faia". I Reis 6:14 e 15.

O tabernáculo original não tinha soalho, mas no templo Salomão colocou "tábuas de cedro nos lados da casa, desde o soalho até í s paredes: e por dentro lhas edificou para o oráculo, para o Santo dos Santos". Vers. 16. Depois de haver coberto toda a parte interior do templo com cedro, de modo que "pedra nenhuma se via", "cobriu Salomão a casa por dentro de ouro puro:

 

E com cadeias de ouro pôs um véu diante do oráculo, e o cobriu com ouro. Assim toda a casa cobriu de ouro, até acabar toda a casa". Vers. 18, 21 e 22.

No oráculo, ou lugar santí­ssimo, foi colocada a arca do concerto do Senhor. A arca original tinha dois querubins de ouro puro. Agora, dois outros querubins foram feitos e fixados sobre o soalho, e entre estes foi a arca colocada. Foram feitos de madeira de oliveira, tendo cada um deles cerca de quatro metros e meio de altura. "Ambos os querubins eram duma mesma medida e dum mesmo talhe". I Reis 6:25. "Os querubins estendiam as asas, de maneira que a asa dum tocava na parede, e a asa do outro querubim na outra parede: e as suas asas no meio da casa tocavam uma na outra". I Reis 6:27. Isso fazia com que as asas dos dois querubins combinadas cobrissem uma área de 9 metros aproximadamente. Esses querubins eram cobertos de ouro e em todas as paredes da casa, tanto por dentro como por fora, estavam esculpidas figuras de querubins, palmas e flores abertas. Até o soalho era coberto de ouro. Vers. 29 e 30.

No primeiro compartimento várias mudanças foram feitas. Diante do oráculo, e que é mencionado como a ele pertencendo (I Reis 6:22, Vers. Brás.), estava, como no tabernáculo, o altar do incenso. Em vez de um castiçal, havia agora dez, cinco de um lado e cinco de outro. Esses castiçais eram de ouro puro, como o eram os espevitadores, os apagadores, as bacias, os perfumadores e os braseiros. I Reis 7:49 e 50. Em vez de uma mesa com os pães da proposição, havia ali dez, "cinco à direita, e cinco à esquerda". II Crôn. 4:8.

O altar dos holocaustos, ou de cobre, como é chamado, foi consideravelmente aumentado no templo de Salomão. O do antigo tabernáculo tinha cerca de dois metro e meio. O do templo de Salomão quase quatro vezes mais, ou sejam, nove metros, e quase cinco de altura. As caldeiras, pás e bacias usadas no serviço do altar eram de cobre. II Crôn. 4:11 e 16.

No santuário havia uma pia para as abluções. No templo ela era muito maior. Era uma ampla bacia de bronze com 4m,50 de diâmetro e quase dois e meio de altura, com uma capacidade de mais de 70 mil litros. Chamava-se mar de fundição. I Reis 7:23-26. O bronze de que era feito tinha um palmo de espessura.

 

Os bordos foram feitos à semelhança de um copo, com flores de lí­rios. O mar inteiro firmava-se sobre doze bois, "três que olhavam para o norte, e três que olhavam para o ocidente, e três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente: e o mar em cima estava sobre eles, e todas as suas partes posteriores para a banda de dentro". I Reis 7:25.

Ao lado desse mar de grandes proporções havia bacias menores montadas sobre rodas, de maneira que pudessem ser movidas de um lugar para outro. I Reis 7:27-37. Cada uma dessas bacias continha mais de 400 litros de água e eram usadas para lavar as partes dos animais que deviam ser queimadas sobre o altar dos holocaustos. II Crôn. 4:6. Cada uma delas estava colocada sobre uma base de cobre; "e era a obra das rodas como a obra da roda de carro: seus eixos, e suas cambas, e seus cubos, e seus raios, todos eram fundidos". I Reis 7:33. Os lados eram ornamentados com figuras de leões, bois, querubins e palmas, "e debaixo dos leões e dos bois junturas de obra estendida". Vers. 29 e 36. O tamanho do pátio não é mencionado, mas certamente devia ser consideravelmente maior do que o do tabernáculo.

Em I Reis 6:22 encontra-se uma declaração interessante relativamente ao altar do incenso. Os versí­culos anteriores descrevem o oráculo, ou o lugar santí­ssimo. é mencionada como ali estando a arca que continha os dez mandamentos, dizendo-se também que "cobriu de cedro o altar". Vers. 19 e 20. Esse altar, segundo se afirma no vers. 22, "pertencia ao oráculo". (Vers. Brás.). Talvez suscite alguma dificuldade a questão que surge da leitura do capí­tulo nove de Hebreus, onde o altar do incenso é omitido na descrição da mobí­lia do primeiro compartimento, e um incensário é mencionado como estando no segundo compartimento. Vers. 2-4. A Versão Brasileira registra "altar de ouro para o incenso", ao invés de incensário. Seja, porém, qual for a idéia que se tenha desse ponto controvertido, é digno de nota que Hebreus 9:2 omite o altar de incenso ao descrever o lugar santo. A afirmação de I Reis 6:22, de que o altar de incenso conquanto localizado no lugar santo "pertencia" ao santí­ssimo, é geralmente considerada como a tradução correta. Da declaração de Êxodo 30:6 concluí­mos, portando, que o altar do incenso estava situado defronte ao véu,

 

No lugar santo, "diante do propiciatório", e que seu uso era tal que, em certo sentido, "pertencia" também ao lugar santí­ssimo. E como na realidade o incenso enchia tanto o lugar santo como o santí­ssimo, esta parece ser, afinal, a melhor maneira de compreender o assunto. ( Ver Êxo. 40:26).

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