Estas declarações avultam em interesse em vista das palavras nela contidas. Ao Pai pertenciam todas essas prerrogativas, mas por alguma razão as legou ao Filho. Notemos como Deus "deu", "sujeitou", "entregou", "constituiu", "deu-Lhe poder". Tudo quanto o Pai possuí­a, deu ao Filho. Nalgum tempo passado, Deus pôs todas as coisas sob as ordens de Cristo, ordenou-Lhe que reinasse, que executasse o juí­zo e Lhe deu todo o poder no céu e na terra. Todo o conflito revela um traço muito confortador do caráter de Deus. Deus poderia haver tratado os rebeldes de maneira diversa. Não precisava haver dado ouvidos í s acusações feitas contra Ele por Satanás. Mas submeteu o Seu caso a julgamento segundo as provas apresentadas. Poderia esperar e deixar que os seres criados decidissem por sua conta. Sabia que Seus caso era justo e que podia resistir à investigação. Foi eminentemente justo em todo sentido. Isto nos dá margem para crer que o juí­zo vindouro se realizará de acordo com os nossos mais altos conceitos de justiça e retidão, sem mencionar a misericórdia. Deus não é vingativo. Não espera uma oportunidade para dar-nos a "retribuição merecida." Quer que todos os homens se salvem e venham a arrepender-se. Não toma prazer na morte dos í­mpios. Há, no entanto, algumas coisas que Deus não pode fazer. Sentir-se-ia feliz com salvar a todos, mas o fazê-lo não seria o melhor. Há para isso várias razões. Muitos não desejam ser salvos mediante as condições, únicas, que podem assegurar a vida. As regras que Deus estabeleceu para nossa guia são as regras da vida, e não decretos arbitrários. A sociedade não pode existir, nem aqui nem no céu, se os homens não deixam de matar-se uns aos outros. Isto se afigura tão evidente que ninguém intentaria discuti-lo. O homicí­dio tem suas raí­zes no ódio. Não seria seguro permitir a quem odeia seu irmão - ou odeia qualquer outra pessoa - viver no céu com outros. Seria insensatez esperar paz e harmonia em tais condições. Os homens demonstraram à saciedade que o ódio conduz ao homicí­dio. Isso não precisa de mais demonstração. Se Deus espera ter um céu pací­fico, deve excluir dele os homicidas. Isto significa que deve excluir todos os que odeiam. Significa ainda mais. O amor é o único eficaz antí­doto do ódio.

Unicamente quem ama está seguro. A ausência de amor significa ódio, mais cedo ou mais tarde. Daí­ vir a ser o amor uma das leis da vida. Unicamente quem ama cumpre a lei, pelo que só ele tem direito à vida. Esse direito não deve ser posto em perigo permitindo que medre o ódio. Os que acariciam ódio em sua vida, violam a lei da vida. Não seria seguro salvar os tais, mesmo se quisessem ser salvos. No céu não deve haver homicidas nem violadores do mandamento que diz: "Não matarás". O mesmo argumento é aplicável aos demais mandamentos. Portanto, ao permitir Deus que os homens e anjos participem do juí­zo, faz alguma coisa mais do que simplesmente permitir que com Ele colaborem. Isto é importante. Por causa do futuro, é necessário. Precisamos da segurança que nos dará a participação pessoal no juí­zo. Mas alguma coisa mais está implicada no caso. Ao permitir Deus que santos e anjos participem do juí­zo, eles estão em realidade sentenciando os atos de Deus. As regras, os princí­pios, as leis que governam homens e anjos, caem sob seu escrutí­nio. Em certo sentido, estão julgando a Deus. (Rom. 3:4) À luz destas declarações, a circunstância de que os homens e os anjos, no final do lití­gio, expressam sua crença na justiça e retidão divinas, assume novo significado. A grande questão sempre foi: é Deus justo, ou são verazes as acusações de Satanás? Ao fim do lití­gio, o anjo das águas diz: "Justo és Tu, ó Senhor." Diz outro: "Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os Teus juí­zos." Grande multidão no céu diz: "Aleluia, Salvação e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus. Porque verdadeiros e justos são os Seus juí­zos." Os que saí­ram vencedores da besta e de sua imagem, dizem: "Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos." Ao reassumir Deus o governo, sobre o trono, "uma grande multidão" "como que a voz de grandes trovões", "exclama: "Aleluia, pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina." Deus, porém, não quer reinar sozinho. Quando "os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo", quando o acusador jaz finalmente derrotado, será então estabelecido o trono de Deus e do Cordeiro. Gloriosa consumação de nossa esperança! Apoc. 16:5 e 7; 19:1; 15:3; 19:6; 11:15; 12:10; 22:5.

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