Imaginemos que fosse possível enxergar o céu estrelado durante o dia e que o Sol não machucasse nossos olhos com sua intensa luz, de modo a podermos fitá-lo diretamente. À medida que a Terra fosse descrevendo sua órbita, o Sol seria visto sobre o pano de fundo de diferentes estrelas, as quais foram agrupadas pelos antigos em 12 constelações distintas, batizadas com os nomes de animais míticos ou reais, donde se originou a palavra Zodíaco, cujo significado é o caminho (ou círculo) dos animais.

O Zodíaco pode ser definido, portanto, como o conjunto de constelações pelas quais o Sol aparentemente caminha durante o ano. São elas as constelações de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes, permanecendo o Sol em cada uma por um período aproximado de 30 dias.

O Céu como um Grande Relógio

A partir do que acabamos de ver sobre o movimento de translação da Terra, responsável pelo deslocamento do Sol através do Zodíaco no decurso de 12 meses, e também sobre o movimento de translação da Lua, responsável pelo deslocamento do disco lunar no Zodíaco pelo decurso de quase 30 dias, podemos muito bem comparar o Sol e a Lua aos ponteiros das horas e dos minutos de um relógio. Tal comparação não é forçada nem exagerada. Se a duração do movimento de translação da Terra fosse um número múltiplo da duração do movimento de translação da Lua, haveria a possibilidade de que a permanência do Sol numa das casas ou signos10 do Zodíaco coincidisse com o ciclo lunar. De qualquer forma, ainda que esse sincronismo não exista, o ciclo do Sol no Zodíaco e as diferentes fases da Lua permitem marcar o tempo satisfatoriamente11.

10 Porção (ou faixa) da linha da Eclíptica correspondente a uma das constelações zodiacais. Cada signo tem 30º: 360º (círculo da Eclíptica) ÷ 12 (constelações zodiacais) = 30º (signo).

11 A ilustração apresenta a correspondência entre os meses judaicos e os signos zodiacais do modo como seria hoje se o Calendário tivesse mantido o mesmo padrão existente na Antigüidade, antes da Reforma de Hillel II (358 d.C.), quando então os meses sofreram um rebaixamento em relação aos equinócios. Para uma discussão mais ampliada do assunto, ver o capítulo 10.

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