(apag)O Calendário Juliano

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Introduzido por Júlio César a partir de 1º de janeiro de 45 a.C., o Calendário Juliano foi inspirado no ano egípcio de 365 dias, mas com a diferença do acréscimo de um dia a cada quatro anos para aproximar o ano civil do ano trópico. César estabeleceu 1º de janeiro como o Dia do Ano Novo e manteve os nomes dos meses setembro, outubro, novembro e dezembro, embora não fossem mais o sétimo, o oitavo, o nono e o décimo meses do ano.

No Calendário Juliano, cada mês era dividido em três partes desiguais pelas calendas, nonas e idos. As calendas eram sempre o primeiro dia do mês, enquanto que as nonas e os idos caíam, respectivamente, nos dias 7 e 15, nos meses de março, maio, julho e outubro, e nos dias 5 e 13, nos demais meses. A contagem das nonas e dos idos era regressiva. Assim, o dia seguinte às calendas era o sexto (meses de março, maio, julho e outubro) ou o quarto (demais meses) antes das nonas do mesmo mês. Por exemplo, o sexto dia antes das nonas de março era o segundo dia desse mês. Igualmente, o dia imediato às nonas vinha a ser o oitavo antes dos idos, qualquer que fosse o mês. Por sua vez, contavam-se, logo após os idos, os dias que faltavam para as calendas do mês seguinte. O dia intercalar, quadrienal, recebia o nome de bis sextus ante kalendas martias, porque era considerado uma duplicação do sexto dia antes das calendas de março. Tal denominação tornou-se imprópria desde que passou a ser o dia 29 de fevereiro.

A Reforma Gregoriana

Em cada grupo de quatro anos julianos, três eram compostos de 365 dias e um, de 366, resultando num ano médio de 365,25 dias (365 x 3 + 366 = 1.461 â†" 1.461 ÷ 4 = 365,25), o qual era 0,0078 dia maior que o ano trópico (365,2422 dias). Considerando perfeito o Calendário Juliano, o Concílio de Nicéia (325 d.C.), presidido pelo Imperador Constantino, nele se baseou ao adotar as regras para a determinação do dia da Páscoa Católica. Ficou decidido que a festa da Páscoa deveria ser celebrada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia que ocorresse no ou após o equinócio da primavera, fixado pela Igreja como o dia 21 de março.18 No entanto, em razão da diferença entre o Calendário Juliano e o ano trópico, o equinócio eclesiástico de 21 de março cada vez mais se distanciava do equinócio real, aproximando-se do verão. Em 1414 d.C., no Concílio de Constança, algumas sugestões foram propostas para se corrigir essa defasagem, visto que ela possuía implicações religiosas: no período compreendido entre a Quarta-feira de Cinzas e a Páscoa, exigia-se dos cristãos católicos que praticassem a abstinência de carne; visto que a Páscoa era definida em função do equinócio eclesiástico e que este variava em função do equinócio real, estava-se comendo carne num período em que isso era definitivamente proibido. Em 1582 d.C., quando a diferença já era praticamente de 10 dias (1.582 - 325 = 1.257 â†" 1.257 x 0,0078 = 9,8046), o Papa Gregório XIII resolveu empreender uma ampla reforma no calendário, a fim de solucionar o problema. O documento pelo qual se decretou a reforma foi a Bula Inter Gravissimas. As principais medidas adotadas foram as seguintes:

1) Para corrigir o excesso de dias sobre o ano trópico, suprimiramse 10 dias em 1582 d.C., passando-se do dia 4 de outubro (quinta-feira) para o dia 15 (sexta-feira). Essa alteração em nada afetou o ciclo semanal, já que a quinta-feira foi normalmente seguida por uma sexta-feira.


2) Para impedir que a diferença novamente se acumulasse, adotouse o procedimento de suprimir três dias a cada 400 anos, abolindo-se os anos bissextos seculares (isto é, aqueles que marcam os finais de séculos), cujas centenas não fossem divisíveis por 400. Assim, deixaram de ser bissextos os anos de 1700, 1800 e 1900, que o teriam sido de acordo com o Calendário Juliano. Ainda assim, o Calendário Gregoriano possui um excesso de 0,0003 dias em relação ao ano trópico.

Em virtude dessas alterações, o ano civil passou a conter, em média, um total de 365,2425 dias (365,25 x 400 = 146.100 â†" 146.100 - 3 = 146.097 â†" 146.097 ÷ 400 = 365,2425).

18 A regra foi elaborada de modo a impedir que o domingo de Páscoa coincidisse com o 14º dia do mês lunar (eclesiástico) e isso no intuito de fazer oposição aos Quartodecimanos, cristãos que no segundo, terceiro e quarto séculos defendiam a celebração da Páscoa em 14 de Nisan. Desse modo, quando o dia 14 do mês lunar (eclesiástico) coincide com o domingo, a Páscoa Católica não é celebrada nesse mesmo dia, mas no domingo seguinte.

 
   

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