(apag)Gordura animal x carne

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As informações presentes até hoje na literatura médica apontam o consumo de gordura animal como um dos fatores de risco para a doença. Mas na opinião de Cláudio Fernandes Corrêa, neurocirurgião e chefe do Centro de Tratamento dos Movimentos Involuntários do Hospital 9 de Julho (Cetrami), essa informação é questionável, já que nenhum estudo conseguiu comprovar o malefício do consumo de gordura animal (e sua participação no desenvolvimento do Parkinson). O que existem são trabalhos que indicam que a ingestão de carne está ligada diretamente à  produção de neurotoxinas.

Foi justamente esse o caminho que Coimbra seguiu em seus estudos. Associou a informação já conhecida sobre os efeitos nocivos da carne vermelha à  falta de vitamina B2, causada pela má absorção do organismo, fatores que, em sua opinião, podem estar associados ao desenvolvimento da doença.

O neurologista afirma que, no início, a idéia da pesquisa era verificar se pacientes com Alzheimer e Parkinson apresentavam, além do aumento característico da homocisteína " substância tóxica apontada como participante do processo neurodegenerativo ", o mesmo grau de deficiência de determinadas vitaminas. "Queríamos saber se haveria um padrão de deficiência vitamínica próprio de cada doença."

Para dosar essas substâncias, Coimbra coletou amostras de sangue de dez pacientes com Alzheimer e de outros 31 com Parkinson. Com a colaboração da bioquímica Virgínia Berlanga Junqueira, chefe do laboratório do Centro de Estudos do Envelhecimento da disciplina de Geriatria da Unifesp, ele verificou que as diferenças encontradas entre os dois grupos, relativas aos níveis de vitaminas B6, B12 e ácido fólico, não foram estatisticamente significantes. Porém, quando foram analisados os da vitamina B2, os portadores de Alzheimer, em geral, apresentaram concentrações normais, enquanto todos os portadores de Parkinson apresentaram níveis considerados abaixo da normalidade.

A partir daí, o neurologista passou a analisar se a dieta dos pacientes não incluía a quantidade suficiente dessa vitamina, encontrada principalmente no leite. "Para minha surpresa, a ingestão era boa. Mas percebemos que o consumo de carne vermelha entre esses pacientes era alto."

De acordo com Coimbra, já é do conhecimento médico que a carne vermelha produz uma substância chamada hemina, extremamente tóxica para as células do organismo, originando a produção de radicais livres. "Para serem eliminados, esses radicais livres precisam de uma substância chamada glutationa que, após utilizada, só pode ser recuperada com vitamina B2", diz Coimbra. "A falta da glutationa é a primeira alteração neuroquímica presente nas células cerebrais que estão degenerando com a doença de Parkinson."

Com a reposição da vitamina, o pesquisador esperava que a doença parasse de progredir. Mas o resultado foi melhor: ela está regredindo. O neurologista ainda não sabe explicar se esse fenômeno se deve à  neurogênese (processo que leva à  formação do sistema nervoso) ou à  recuperação de células que não funcionavam mas encontravam-se ainda vivas na substância negra do encéfalo, principal região afetada pelo processo neurodegenerativo.

"De qualquer forma, o nível de recuperação alcançado em tão pouco tempo é surpreendente, pois estima-se que cerca de 60% das células dessa região já foram perdidas quando surgem os primeiros sintomas."

Coimbra acredita que a falta de vitamina B2 no organismo desses pacientes pode ser decorrente de um problema que atinge 15% da população: o mau funcionamento de uma enzima chamada flavoquinase, responsável pela absorção da vitamina.

Conheça os limites impostos por cada fase da doença

A doença de Parkinson é uma alteração do sistema nervoso central que afeta principalmente o sistema motor, provocando tremores, rigidez muscular e alterações posturais.

Outras manifestações não-motoras também podem ocorrer como o comprometimento de memória, a depressão e alterações do sono.

O neurologista João Carlos Papaterra Limongi, do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, explica que apenas 5% dos portadores da doença apresentam forte componente hereditário.

Outros 75% dos casos ainda desafiam a ciência a descobrir a causa. A porcentagem restante, segundo ele, é classificada por parkinsonismo secundário, no qual é possível identificar uma causa medicamentosa, tóxica, infecciosa ou traumática para o desenvolvimento da doença.

Conheça as fases do Parkinson e as limitações impostas em cada uma delas.

  • Fase 1 - O indivíduo tem apenas um lado do corpo afetado por tremores, rigidez ou ambos os sintomas
  • Fase 2 - Os mesmos sintomas afetam os dois lados do corpo
  • Fase 3 - Além dos sintomas da fase 2,
    o indivíduo tem o equilíbrio afetado. Geralmente adquire uma postura encurvada e tem extrema dificuldade para mudar de direção rapidamente ou dar passos para trás sem perder o equilíbrio
  • Fase 4 - A rigidez já o impede de fazer
    a higiene pessoal, precisando de auxílio até mesmo para se alimentar
  • Fase 5 - Ele não consegue se levantar da cama ou da cadeira sem ajuda. Consegue andar mas, muitas vezes, com o apoio de alguém ou de
    uma bengala

 

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