Nesta série de dois estudos, o autor das perguntas, questiona sobre o juízo investigativo e suas implicações, e respondemos as questões. Os textos na caixa texto é de origem do autor que duvida do juízo investigativo, e nossas respostas estão fora das caixas texto. Boa Leitura.

Ao tema "Juízo Investigativo", uma pessoa escreveu um estudo contrário ao sistema do juízo, relacionado a ideologia do ritual do santuário. Para analisar corretamente dividimos os conteúdos do estudo em células e fizemos comentários abaixo. Portanto o que não está nas células é comentário deste site.

Uma análise minuciosa sobre:
A Doutrina do "juízo investigativo"
Autor: Phillipe Hottman
Num estudo minucioso, que, somados os meses, levou mais de um ano para ficar pronto, analisei ponto a ponto a doutrina do "juízo investigativo", seja nos escritos de Ellen G. White, seja nos textos bíblicos indicados pela doutrina adventista para sustentar essa doutrina. Ao final de todo este trabalho chegamos as seguintes conclusões:
(Pergunta) - 1 - Sem os escritos de Ellen G. White, a doutrina do "juízo investigativo" não se sustenta;

Resposta - Aqui o autor tenta dizer que a ideia de "juízo investigativo", não se sustenta sem os escritos de "Ellen G. White", mas tal idéia de "juízo investigativo", se sustenta principalmente com os livros do Pentateuco e o livro de Hebreus.

Nestes livros cita o Juízo, remete as obras que cada um receberá se para o bem ou para o mal, remete ao santuário no céu, e os rituais e objetos que devem ser purificados, com algo superior ao sangue de ovelhas. Assim temos ferramentas claras que o juízo investigativo é balizado nas Bíblia.

(pergunta) - 2 - Para justificar a existência do "juízo investigativo", os versos bíblicos utilizados (para dar embasamento a essa teoria) são distorcidos, manipulados, retirados de seu contexto e forçados a dizer coisas que eles não dizem, nem em seu texto, nem em seu contexto.

Resposta - Aqui o autor supõe um posicionamento de dúvida da veracidade dos textos bíblicos de embasamento mas não mostrou por enquanto qual é tal distorção, portanto ainda se encontra no campo do idealismo pessoal. O que realmente vemos é que o autor das perguntas procura realmente denegrir, tivesse a visão de que estaria buscando compreensão, essa pergunta nem apareceria. Visto que não é nem pergunta é uma afirmação. Leviana por sinal.

3 - A doutrina do "juízo investigativo" é uma criação de Ellen G. White para justificar a data, a interpretação e o movimento de 1844.

A doutrina do "juízo investigativo", não é a justificativa para a interpretação do movimento de 1844. Tal interpretação esta ligada ao ritual do santuário, e profecias contidas em Daniel e Apocalipse (revelações). O tema "juízo investigativo", é apenas um ponto relacionado ao ritual do santuário. Uma fase do Yon Kipur. O Ritual do Santuário desenvolve um grande conteúdo de símbolos, e o símbolo relacionado ao "juízo investigativo", é apenas um ponto dos vários existentes no Ritual do Santuário.

O que Ellen White naquela época não sabia e não previa, é que essa doutrina daria muito trabalho e traria muitos problemas para a teologia adventista e ainda mais especialmente, para os teólogos adventistas. Isso mesmo: Para sustentar e justificar essa doutrina, a IASD investiu pesado e com isso perdeu homens valorosos, capazes, verdadeiros, cristãos sinceros, que, por mais que estudassem, não viam nenhum sentido nessa doutrina estranha e antibíblica. Outros tiveram que se calar para manter suas posições, empregos e famílias.

Todo conceito doutrinário gera debates e muitas vezes divergências, mas isso não quer dizer que o conceito esteja errado. O conceito da "Justificação Pela Fé" foi grandemente combatido no início de sua ideologia, mas isso não quer dizer que tal conceito esteja errado. Novamente tal autor utiliza o termo antibíblica sem provar seus posicionamentos.

Quando comecei o estudo, eu ainda acreditava em Ellen White, pois como adventista do sétimo dia, ainda que visse alguns problemas em aspectos específicos do seu ministério (a questão do empréstimo literário " plágio), no conjunto, eu ainda acreditava na questão do dom. Então, a princípio, o estudo não partia de um oponente, mas de um membro devoto. Mas quando terminei minhas pesquisas... Bem, vamos ao Estudo; como ele é um pouco extenso, nós o dividiremos em duas partes:

Aqui o autor tenta desacreditar Ellen, antes de mostrar seus posicionamentos, uma ferramenta típica para induzir idealismos antes de posicioná-los.

Parte I " Apresentando o Porquê da Crença Adventista no "juízo investigativo"
Versos Bíblicos

1. Após ler o Manual da Igreja (na parte das Doutrinas adventistas) e os textos de Ellen White, pode-se extrair os principais versos utilizados para sustentar a doutrina do "juízo investigativo":
a) O anúncio de um juízo - Apoc. 14:6 e 7;
b) Um juízo realizado nos Céus "a favor dos santos" e "contra o poder que os oprimia" - Daniel 7:9 e 10;
c) Há uma consulta aos livros para ver quem será livrado no "tempo de angústia" - Daniel 12:1 e 2;
d) O fato de que os santos serão julgados antes dos ímpios (I Ped. 4:17).
2. Outros textos bíblicos são ainda utilizados para ajudar a construir e reforçar a idéia do "juízo investigativo". No entanto é bom recordar que a maioria dos textos falam sobre o juízo de forma geral e não trazem absolutamente nada que possa implicar em um ""juízo investigativo"". Ou seja, a teologia adventista criou (inventou) a partir desses versos uma associação com o tema, já que os versos falam sobre "juízo".

Novamente o autor sem provas faz a seguinte afirmação (Ou seja, a teologia adventista criou (inventou) a partir desses versos uma associação com o tema, já que os versos falam sobre "juízo".) Novamente o autor utiliza a mesma ferramenta, ou seja sem analisar verso por verso, tal autor tenta jogar sua ideologia como fator real.

3. Estes versos bíblicos que são utilizados por Ellen White e pelos teólogos adventistas falam sobre:
a) Os livros (Êxodo 32:32 e 33, Salmos 69:27 e 28, Lucas 10:20, Apoc. 3:5, 20:12 e 15),
b) O Livro da Vida (Apoc. 20:15),
c) Todos serão julgados (Eclesiastes 3:7, 12:14),
d) Os mortos serão julgados (Apoc 20:13),
e) Os santos julgarão os ímpios e os anjos (I Cor. 6:2 e 3),
f) O galardão, a recompensa dos justos (Apoc. 22:12).
4. Ainda outras referências bíblicas, que não utilizam a palavra "juízo", são utilizadas como uma "ponte de ligação" para se forçar uma chegada ao assunto, como por exemplo, Daniel 8:14, que fala sobre a purificação do santuário.
5. Numa exegese límpida, sem extrair dos versos bíblicos o que não está escrito (revelado) claramente no texto e no seu contexto, não há na Teologia Adventista e nos escritos de Ellen White os (alegados) elementos suficientes para estabelecer o ""juízo investigativo"" ou "juízo pré-advento".
6. Assim, qualquer inferência ou dedução para um ""juízo investigativo"" com tantos detalhes como os apresentados por Ellen G. White no livro "O Grande Conflito" é apenas e tão somente uma interpretação particular, não uma afirmação clara do texto bíblico. A análise de Apoc. 14:6 e 7, Daniel 7:9 e 10, Daniel 12:1 e 2 e I Ped. 4:17 e dos demais versos apresentados; por si mesmos; não levam de forma alguma ao "juízo investigativo". Nenhum teólogo e nenhuma Igreja defende isso. Em outras palavras, somente a Igreja Adventista e sua profetiza, partindo desses versos, conseguiram chegar a essa conclusão.
A contribuição de Ellen White
Afirmamos que, sem as declarações (na verdade, afirmações) de Ellen White; não é possível sustentar a doutrina do "juízo investigativo", você verá o porquê agora. Observem com bastante atenção as afirmações que ela fez sobre o assunto no livro "O Grande Conflito" (grifos nossos):
"A obra do "juízo investigativo" e extinção dos pecados deve efetuar-se antes do segundo advento do Senhor. Visto que os mortos são julgados pelas coisas escritas nos livros, é impossível que os pecados dos homens sejam cancelados antes de concluído o juízo em que seu caso deve ser investigado." (p. 488)
"... os únicos casos a serem considerados são os do povo professo de Deus. O julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em ocasião posterior". (p. 480)
"Começando pelos que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo o nome é mencionado, cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes." (p. 486).
"O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda permaneciam seus pecados nos livros de registro. Como no serviço típico havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente, antes que se complete a obra de Cristo para redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2.300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nosso sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de Sua solene obra: purificar o santuário." (p. 420).
"Pela sua morte iniciou essa obra, para cuja terminação ascendeu ao Céu, depois de ressurgir." (p. 492). "Remissão, ou ato de lançar fora o pecado, é a obra a efetuar­se."(p. 417).
"Vivemos hoje no grande dia da expiação." (p. 489)
"Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal." (p. 425)
"Deixando Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor."(p. 614)
"Satanás nada pôde achar no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. Tinha guardado os mandamentos de Seu Pai, e não havia nEle pecado que Satanás pudesse usar para a sua vantagem. Esta é a condição em que devem encontrar-se os que subsistirão no tempo de angústia."(p. 623)
"Esta era a obra que, dia após dia, se prolongava por todo o ano. Os pecados de Israel eram assim transferidos para o santuário, e uma obra especial se tornava necessária para a sua remoção. Deus ordenou que fosse feita expiação para cada um..." (p. 418)
"Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes. Quando alguém tem pecados que permaneçam nos livros de registro, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida, e o relato de suas boas ações apagado do livro memorial de Deus. O Senhor declarou a Moisés: "Aquele que pecar contra Mim, a este riscarei Eu do Meu livro." Êxo. 32:33. E diz o profeta Ezequiel: "Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, ... de todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória." Ezeq. 18:24. (p. 483)
"Os livros de registro no Céu, nos quais estão relatados os nomes e ações dos homens, devem determinar a decisão do juízo." (p. 480)
"A obra de cada homem passa em revista perante Deus, e é registrada pela sua fidelidade ou infidelidade. Ao lado de cada nome, nos livros do Céu,estão escritos, com terrível exatidão, toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia. Advertências ou admoestações enviadas pelo Céu, e que foram negligenciadas, momentos desperdiçados, oportunidades não aproveitadas, influência exercida para o bem ou para o mal, juntamente com seus resultados de vasto alcance, tudo é historiado pelo anjo relator." (p. 482)
"O juízo ora se realiza no santuário celestial. Há muitos anos esta obra está em andamento. Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela aos casos dos vivos. Na augusta presença de Deus nossa vida deve passar por exame." (p. 490)
"O mais profundo interesse manifestado entre os homens nas decisões dos tribunais terrestres não representa senão palidamente o interesse demonstrado nas cortes celestiais quando os nomes inseridos nos livros da vida aparecerem perante o Juiz de toda a Terra. O Intercessor divino apresenta a petição para que sejam perdoadas as transgressões de todos os que venceram pela fé em Seu sangue, a fim de que sejam restabelecidos em seu lar edênico, e coroados com Ele como co-herdeiros do "primeiro domínio". (p. 483, 484)

Novamente vemos que o autor não analisou os versos bíblicos, nem fez as devidas comparações. Assim colocou os textos dos testemunhos de Ellen, já idealizando que a a Bíblia não compactua, mas deforma alguma provou os textos. Continua determinando apenas sua ideologia.

As conclusões Adventistas
A partir dos textos bíblicos (mencionados no início deste estudo) e dos textos de Ellen White (acima), o adventistas crêem que "em 1844, ao Jesus passar do Santo para o santíssimo do Santuário Celestial, teve início o juízo investigativo". O termo "juízo investigativo" se refere à obra de examinar os registros mantidos pelos anjos celestiais, de todos os atos dos que professaram ser filhos de Deus. O resultado desta "investigação minuciosa" determinará quem estará qualificado para ir para o céu. Assim, a teologia adventista defende esse tema porque acredita que:
a) Todos serão julgados: justos e ímpios;
b) Existem registros nos Céus do que se passa na Terra;
c) Existe a possibilidade de um nome ser riscado do livro da Vida;
d) Os justos serão julgados antes dos ímpios;
e) Os justos participarão do julgamento final na posição de juízes, pois também estarão julgando.
À verdade que estes itens (acima) são uma espécie de "simplificação didática"... Para a crença de que os justos (todos) serão julgados - num julgamento separado - antes dos ímpios, é dado o nome de "juízo investigativo". Qualquer pessoa que não queira gastar tempo analisando minuciosamente cada ponto, poderá até mesmo ser convencida da validade dessa "interpretação particular" adventista; durante um tempo, eu mesmo acreditei nessa doutrina... Mas felizmente, resolvi analisar e rapidamente descobri que há graves problemas nessa interpretação; que levaram a controvérsias entre os teólogos da igreja sobre questões vitais ligadas a esse tema. Logo, a maioria dos que discordam da "crença oficial" preferem manter silêncio sobre a sua maneira de ver este tema, para não entrar em conflito com a Igreja.

Novamente sem uma análise detalhada dos pontos o autor tenta desmerecer a idéia, jogando agora pelo fator medo. Ou seja até aqui o autor está apenas utilizando o seu posicionamento depreciativo sem  analisar o tema de forma analítica.

Analisando e Questionando os "pontos sensíveis"
Há três grandes questões na doutrina do "juízo investigativo" que derivam de afirmações de Ellen G. White ou de escritores adventistas. A primeira é ligada ao próprio escopo do tema, a segunda é ligada ao "pecado e expiação" e a terceira é ligada aos santos no chamado "tempo de angústia". Essas questões são de fato "graves problemas", acompanhem:
1. O primeiro "problema" da doutrina do "juízo investigativo" reside em cinco conclusões de Ellen White. Ou seja, não são afirmações do texto bíblico, são apenas conclusões particulares da Sra. White:
a) De que o "juízo investigativo" só se refere aos santos onde todos os que professaram ser o "povo de Deus" serão julgados;

Por ver que o fator analítico  o autor é extremamente baixo, iremos agora abordar profundamente o tema, da forma que tal autor deveria utilizar. Para isso vamos estipular posicionamentos.

Primeiro devemos posicionar o fundamento. Fundamento é a base anterior ao conceito posterior. O fundamento do tema é o Ritual do Santuário. O texto base da existência da ligação do Santuário terrestre com o Santuário celeste é:

Heb 9:24 Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;

Portanto o santuário terrestre é figura do celestial. Na fase do Yon Kipur
 antes da Festa dos Tabernáculos, ocorre a reunião dos filhos de Israel, que são agora limpos de seus pecados, após um no qual ofereceram o sacrifício do cordeiro. Ou seja só a representação do cordeiro não configura o ritual do santuário, é necessário o ritual sacerdotal, e o ritual purificativo. Portanto é necessário compreender a ligação do livro de Hebreus, com os livros de Êxodo e Levíticos.

Portanto através do símbolo temos um momento em que os filhos de Israel passam pelo Yon Kipur.
Nesta fase o Sumo Sacerdote deve pronunciar os pecados de todos os filhos de Israel, e ai sim neste período o Santuário é purificado do pecado. O que é demonstrado sua finalização através da Festa dos Tabernáculos.

Para que não houvesse a ideologia do chamado "Juízo investigativo" é necessário que considerasse o ritual do santuário algo sem sentido algum. Ora o centro do velho testamento está envolvido no ritual do santuário. A questão do fundamento do "Juízo investigativo", está na compreensão do ritual do santuário, vinculando a figura ao original. Ignorar que exista um ritual do santuário como figura, configura mera busca de ideologia simplista, negando conceitos chaves das Escrituras.

Entendendo o simbolismo do Yon Kipur
, entende-se o "Juízo investigativo". Sendo que o Yon Kipur
 está relacionado apenas aos que se encontram como filhos de Israel. E relaciona-se com aqueles que estão orando e aguardando o ciclo final da purificação anual.

b) De que neste juízo, todos os que professaram ser o "povo de Deus" em todas as épocas serão julgados;

A palavra "julgar", tem sentido usar juízo, ou seja analisar, o Yon Kipur reservava aos que estavam contritos de coração e tinham seus pecados já transferidos, pelo sacrifício dos cordeiros durante o ano, participarem do ritual do Yon Kipur, no pátio do tabernáculo. Aquele que não houvesse transferido seus pecados deveria sair do pátio do tabernáculo.

c) Os santos não comparecerão ao seu próprio juízo, mas serão representados;

No Yon Kipur  o povo de Israel permanecia no pátio enquanto o Sumo Sacerdote representava as pessoas que estavam no pátio.

d) De que o "juízo investigativo" começou em 1844;

Como o ritual do santuário é temporizado ou seja, existe um período para cada fator do ritual, até que termine o ciclo, também existe um período para iniciar o Yon Kipur do santuário celestial. Como o Yon Kipur  representa a purificação do santuário terrestre, as profecias das 2300 tardes e manhãs contido no livro de Daniel, chegam a data de 1844 ou aproximada.

e) De que, a qualquer instante o "juízo investigativo" pode chegar a uma pessoa que está viva no tempo presente.

Como no Yon Kipur as pessoas que estavam no pátio não sabiam qual o período que cada um estava passando em revista, através da intercessão do Sumo Sacerdote. Assim também o símbolo do santuário terrestre se envolve com o símbolo celestial. A característica de saber de antemão o futuro de cada pessoa, como no caso de Pedro que negou a Jesus três vezes antes que o galo cantasse, determina a possibilidade de analisar quem permanecerá no caminho de Deus e quem deixará de seguí-lo.

2. O segundo "problema" da doutrina em análise, é derivado de sete questões ligadas ao "pecado e expiação" no Santuário Celestial segundo a interpretação de Ellen G. White e de outros autores adventistas que seguiram a mesma linha de raciocínio dela. Novamente vale destacar, não são afirmações dos textos bíblicos, mas interpretações particulares:
a) De que durante dezoito séculos os pecados foram apenas perdoados, não cancelados;
(Patriarcas e Profetas pág. 357, par. 5)

Novamente o autor tenta dizer que não existe conteúdo bíblico quando ele existe. No caso, do Ritual do Santuário, as pessoas ofereciam seus sacrifícios e todos eles representavam a Jesus, mas o pecado permanecia no tabernáculo. Só a morte do cordeiro não anulava o pecado, ele permanecia, caso não permanecesse não necessitaria do Yon Kipur, para purificação do santuário. Logo a morte do cordeiro não serve para apagar o pecado, e sim transferí-lo. Assim é o funcionamento do pecado no ritual do santuário que é figura do santuário que está no céu.

b) De que "é impossível que os pecados dos homens sejam cancelados antes de concluído o juízo em que seu caso deve ser investigado" (O grande conflito, pág. 488);

Conforme o ritual do santuário, a purificação do santuário ocorria somente após todo ciclo do ritual, e não apenas na morte do cordeiro no altar de sacrifícios. Quando o sacerdote espargia o sangue o pecado transferia de um lugar para outro. O sangue do cordeiro é o modo de transferir o pecado, e não apagá-lo. Esse é o sistema do sangue no ritual do santuário.

c) De que os pecados perdoados continuam anotados nos "livros de registro" (ibidem, p. 420);

Os livros de registro são anotações mas o pecado é transferido e permanece no Sumo Sacerdote, de forma que tal carregue o pecado do povo até que ele possa ser transferido para um local onde seja destruído.

d) De que é necessário que Cristo "peça perdão" uma segunda vez pelos pecados dos santos que já foram confessados e perdoados (ibidem, p. 483);

Vejamos o Ritual do Santuário. O pecador pelo seu pecado sacrifica um cordeiro. A pergunta é acabou por ai? Não, não acabou. O sacerdote pega do sangue deste cordeiro e lança sobre o santuário. A pergunta é, acabou por ai? Não, não acabou. Ao chegar ao final do ciclo do Santuário, o Sumo Sacerdote confessa o pecado de todo o povo. Em Levíticos 16, vemos que existem vários locais que o pecado do povo é repetido, até que seja pronunciado pela última vez.

e) De que a expiação de Cristo não é uma "obra completa" na cruz; (Cristo em Seu Santuário, pág 38, par. 4)

No ritual do santuário que é uma figura do Santuário Celestial, o sacrifício do cordeiro é um pedaço do ritual do santuário, e não a parte completa do ritual. No ritual do santuário não é só o sacrifício do cordeiro, para purificação do pecado, ocorre a morte do cordeiro, a purificação dos utensílios, a intercessão no santíssimo. Retirar tais fatores é ignorar todo o conceito bíblico. Por exemplo, se a morte de Cristo na cruz fosse totalmente completa, não necessitaria de alguém do lado de Deus para interceder. Ora se todo pecado foi perdoado na cruz, logo não existe pecado para intercessão. Logo a morte na cruz é um fator, para o completo funcionamento do ritual do santuário celeste. A morte na cruz foi uma obra completa para a função específica do santuário, ou seja, a obra do sacrifício de Jesus foi completa, para passar para próxima fase do ritual do santuário celestial.

f) De que o "dia da expiação" no Santuário Celestial não dura "um dia", mas um período de tempo indefinido (O grande conflito, pág. 489);

O Yon Kipur  não tem período específico para conclusão, deve se concluir todo ritual seja quanto tempo durar.

g) De que o "dia da expiação" era uma figura (tipo) do dia do juízo. (Atos dos Apóstolos, pág. 246, par. 2)

O dia da expiação representa algum fator celestial, da mesma forma que a morte do cordeiro representa o sacrifício de Jesus na Cruz. Logo o dia da expiação se caracteriza como o dia de juízo, ou seja um dia de análise, para purificação do pecado no santuário, ou seja a Purificação do Santuário.

3. O terceiro "problema" dessa doutrina é ligado a conclusões de Ellen White sobre dois eventos subseqüentes ao encerramento do "juízo investigativo" e a obra de Cristo no Santuário Celestial que ocorrem no "tempo de angústia". Mais uma vez: Não são afirmações dos textos bíblicos, mas interpretações particulares. Para Ellen White, ao finalizar o "juízo investigativo", Jesus deixa o Santuário e antes do seu retorno a Terra:

Imagine que Jesus não deixe o santuário para retornar a terra, logo não haverá a segunda vinda. O texto da bíblia diz "Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo". Logo não haverá a volta de Cristo em época nenhuma, pois ele não poderá deixar o santuário. Ora entre o período de saída do santuário ao período de chegada, Jesus não estará intercedendo e sim voltando.

a) Os santos terão de viver diante de Deus sem um intercessor; ou seja, sem Cristo, (O grande conflito, pág. 614, par. 2)

Imaginemos Jesus na terra, na sua morte, quando estava morto! Quem era intercessor? Ora não havia intercessor! Ora a questão de não haver intercessor não altera a funcionalidade do sistema da salvação.

b) Os santos alcançarão (através de seus próprios esforços e méritos), um padrão tal de perfeição, ou de impecabilidade que "provará" para o Universo que é possível a "perfeita obediência humana à lei de Deus". (ibidem, pág. 649, par. 1)

A análise completa do sistema da salvação, é a questão que uma vez pecando, seja possível viver uma vida sem pecado em algum período posterior. Assim Jesus veio a esta terra para provar que era possível ao homem mesmo em pecado, não pecar. Este era o teste para a salvação. Ora o homem tem a possibilidade de não pecar, caso isso fosse errado, então o homem jamais poderia ir para o céu. Pois continuaria pecando. Ou seja somente com a possibilidade de que o homem possa deixar o pecado, que poderia este adentrar ao Céu. Assim Jesus provou que é possível o homem deixar de pecar. O autor cita que os santos nos últimos dias "alcançarão (através de seus próprios esforços e méritos)", isso quem diz é o autor e não Ellen White. Pois uma vez cometido um pecado, mesmo que deixe de pecar, aquele pecado permanece como digno de morte, ou seja deixar de pecar após ter cometido um pecado não adquire salvação pelos seus méritos. Para conseguir salvação pelos méritos não poderia ter cometido nenhum pecado em período nenhum. O texto sobre não pecar, envolve não pecar em um período e não o termo de nunca haver cometido pecado, e sim de que em um período específico deixe de cometer pecado. O que é lógico pois o homem no Céu não poderá mais cometer pecado.

Após analisar friamente os itens acima, percebe-se que há muitos pontos peculiares na interpretação adventista, que levam à crença no "juízo investigativo", tendo a maioria deles, como única fonte de sustentação, as declarações de Ellen White:
I. O "juízo investigativo" só se refere aos santos;

No Yon Kipur a purificação do santuário envolvia apenas o santuário e os filhos de Israel que haviam confessado seus pecados e oferecido o sacrifício do cordeiro. Assim o Ritual Celestial necessita que os envolvidos sejam filhos da Igreja de Deus.

II. Neste juízo, todos os que professaram ser o "povo de Deus" em todas as épocas serão julgados;

Aqui a palavra julgado deve ser entendido como levado a juízo. À o que acontecia no Yon Kipur, se levava os pecados para juízo dentro do santíssimo, denominado como "Santo dos Santos".

III. Os santos não comparecerão ao seu próprio juízo, mas serão representados;

O Sumo Sacerdote entrava uma vez no ciclo do ritual para representar todas as pessoas do pátio do templo e para interceder por tais pessoas.

IV. O "juízo investigativo" começou em 1844;

Utilizando-se das profecias de Daniel sobre as 2300 tardes e manhãs se chega no ano de 1844 ou aproximado.

V. A qualquer instante este tal juízo poderá chegar a uma pessoa que está viva no tempo presente.

Da mesma forma como não se sabia em que pecado o Sumo Sacerdote está a interceder, ou confessar, também tal fator deva ser simbolizado no Ritual do Santuário Celeste. Assim as pessoas do pátio não sabem de quem e quando o Sumo Sacerdote estaria a interceder, nem quanto tempo duraria a intercessão.

VI. Durante dezoito séculos (ou mais) os pecados foram apenas perdoados, não cancelados;

Os pecados no ritual do santuário são transferidos, de um local para outro, até a finalização do ciclo. Do homem passa ao cordeiro, do cordeiro ao sacerdote, do sacerdote ao santuário e assim por diante. Por exemplo o ritual do santuário não acaba no sacrifício do cordeiro, o sacrifício do cordeiro é uma parte integrante do ritual do santuário terrestre que é figura do Santuário Celeste.

VII. À impossível que os pecados dos homens sejam cancelados antes de concluído o juízo em que seu caso deve ser investigado;

Como foi dito anteriormente, se tal fator ocorresse não haveria sentido o ritual do santuário terrestre, e tal não seria figura do Santuário Celestial, portanto para o santuário terrestre ser figura do Santuário Celestial, é necessário que todos os símbolos terrestres sejam figura do Celeste.

VIII. Os pecados perdoados continuam anotados nos "livros de registro";

Livros de Registro são meros dados documentais, mas o pecado é transferido através do sangue, este é o ponto real de transferência. A existência dos livros são conceitos das profecias de Daniel e Apocalipse.

IX. À necessário que Cristo "peça perdão" uma segunda vez pelos pecados já confessados e perdoados dos santos;

No ritual do santuário, o ritual não termina apenas no sacrifício do cordeiro. Além do homem confessar os pecados, o Sumo Sacerdote tem que confessar os pecados de todo povo, logo o símbolo que é figura do Santuário Celestial deve ser posto no Celestial. À possível analisar tal fator em Levíticos 16.

X. Ellen White afirma que no sistema sacrifical através dos sacrifícios diários o pecado transferia-se, mediante o sangue, em figura, para o Santuário celestial, de alguma forma (naturalmente inexplicável) contaminando-o;

O pecado é um fator interior e abstrato, quando um cordeiro é morto pelo pecado de outro, tal fator é injusto, pois o cordeiro não poderia pagar por um pecado que não cometeu. Assim quando se diz "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.", temos a questão de que a ação da morte de um Ser sem pecado seja ligado ao centro de santidade celestial. Assim o pecado é transferido como responsabilidade daquele que determinou que um pecador possa oferecer um não pecador pelo seu pecado. Assim o pecado recai sobre o tabernáculo, e até sobre o próprio Deus que administrou tal função. Assim na purificação do Santuário no Yon Kipur o pecado deve ser analisado em seu fundamento histórico para ser direcionado ao originador de tal fator. Pois ao pecado cair em Deus, e Deus haver ressuscitado a Jesus, fica determinado que o pecado não mais possa recair sobre o tabernáculo, pois Jesus está vivo. Assim o pecado deve seguir o seu rumo até a próxima estância de culpa.

XI. A expiação de Cristo não é uma obra completa na cruz; tendo que ser complementada ao longo dos séculos no santuário celestial;

A obra de Cristo na cruz é uma obra completa no que tange o sacrifício do cordeiro. Mas não no que tange ao trabalho sacerdotal. O trabalho sacerdotal é uma outra função de Cristo que deve ser feita no Santuário Celestial. As Escrituras Sagradas tem um conteúdo sobre o fator de Jesus na obra de sacerdote. Ora se tudo tivesse completado na cruz logo não necessitaria de sacerdote.

XII. O "dia da expiação" no Santuário Celestial não dura realmente "um dia", mas um período de tempo indefinido;

Não se sabe quanto tempo dura o trabalho do Sumo Sacerdote, logo o tempo de intercessão do sacerdote é indefinido no ritual do santuário terrestre que é figura do Santuário Celeste.

XIII. O "dia da expiação" era um tipo simbólico do dia do juízo.

O ritual do santuário terrestre é figura do Santuário Celeste.

XIV. Os santos terão de viver diante de Deus sem um intercessor no "tempo de angústia";

Como descrito no texto "porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.", tal fator e determinado como "tempo de angústia".

XV. Os santos no "tempo de angústia" alcançarão um padrão tal de perfeição, ou de impecabilidade que provará para o Universo que é possível a "perfeita obediência humana" à lei de Deus.

Caso tal prova não pudesse ser dada, o homem seria condenado a uma eterna função de pecado, e não poderiam ser salvos, pois se o homem não pode deixar o pecado, então não pode ser salvo. Pois cometeria pecado no Céu. Logo deixar de pecar é uma prova de que o homem pode ser levado ao céu, e este não pecar mais.

Esmiuçando a crença
Analisemos agora separadamente, um a um, os problemas dessa teoria ou doutrina, que tornam essa crença uma verdadeira distorção da mensagem bíblica.
I. O "juízo investigativo" só se refere aos santos onde todos os que professaram ser o "povo de Deus" serão julgados;
a) EGW fala que os santos serão julgados, mas a Bíblia fala que os santos não passarão por juízo, João 5:24:
"Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida."

Neste ponto podemos observar duas funções a versão portuguesa

Joh 5:24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.

E a inglesa.

Joh 5:24 Verily, verily, I say unto you, He that heareth my word, and believeth on him that sent me, hath everlasting life, and shall not come into condemnation; but is passed from death unto life.

Enquanto um usa a palavra "juízo", a outra usa a palavra "condemnation" (condenação). Portanto temos o termo "condenação" na versão inglesa e "juízo" na versão portuguesa. A palavra em grego é κρίσις "krisis". Que tem o seu fundamento na palavra "tribunal", quando lemos o texto:

1Jn_2:1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.

Ora se temos um advogado, estamos em um tribunal. Temos além disso:

Rom_14:10 Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus.

No inglês temos

Rom 14:10 But why dost thou judge thy brother? or why dost thou set at nought thy brother? for we shall all stand before the judgment seat of Christ.

A questão é Jesus é um advogado. Existe tribunal? O texto diz que todos estarão em um tribunal. Se o verso de João 5:24, anula um julgamento, logo I João 2:1, e Romanos 14:10 são textos falsos. Logo o termo de João 5:24, é condenação, e não puramente tribunal. Logo "Juízo investigativo", não pode ser "Condenação investigativa", pois se fosse assim, então todos que entrassem em uma "Condenação investigativa", estariam perdidos, "Juízo investigativo", tem a ver com o termo de I João 2:1. Logo usar João 5:24 para analisar um julgamento é errado, pois em João 5:24, esta falando no Julgamento quando condenado, enquanto que o "Juízo investigativo", tem a ver com Yon Kipur que é o tribunal para intercessão com o advogado em I João 2:1.

 

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