Que será, pois, quando Jesus vier em toda a "sua glória, e na do Pai e dos santos anjos"? Lucas 9:26. Todo o céu será iluminado pela glória em que Ele vier. Por isso é que o Salvador compara o esplendor da Sua vinda a um relâmpago que, estendendo-se do oriente ao ocidente, ilumina todo o céu. "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente", disse Jesus, "assim será também a vinda do Filho do homem" Mat. 24:27. Assim é que, aos ímpios, Ele "aniquilará pelo esplendor da sua vinda" (II Tess. 2:8).
    Tão extenso e terrível será esse esplendor, que a vinda de Cristo não será despercebida por ninguém. "Eis que vem com as nuvens", escreve João o apóstolo, "e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele".(Apoc. 1:7). Ele será visto por todos, desde os crentes mais fiéis até os ímpios mais abomináveis e ateus mais incrédulos, pois "todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória". (Mat. 24:30). "Todo olho" que "o verá", não pode ser o olho da fé, como alguns crêem, porque Jesus não achará fé na terra quando vier. Lucas 18:8. Tão pouco poderia a passagem de Apoc. 1:7 ("todo o olho o verá") aplicar-se a uma época subsequente ao momento de Sua suposta vinda espiritual. Àpoca essa em que todos os homens deveriam vê-Lo pelo olho da fé, em virtude da pregação de Sua suposta presença já de há algum tempo, e da marcha dos acontecimentos, pois está escrito que todas as tribos verão a Cristo, não depois de presente em espírito já de há anos, mas sim, no próprio momento de Sua vinda. Todos "verão vir o Filho do homem, numa nuvem, com poder e grande glória" (Lucas 21:25-27). Quando Jesus vier, Ele "aparecerá". Heb. 9:28; I Pedro 5:4; I Tim. 6:14; etc. "Aparecer" significa "tornar-se visível", "mostrar-se". A volta de Jesus será, pois, literal, pessoal e visível a todos.
    Muitos acreditam, erroneamente, que na vinda de Cristo terá início um período de mil anos de paz, aqui na terra, e que, durante esse tempo, toda a humanidade virá a converter-se e submeter-se ao domínio de Cristo. Mas não será assim. Tal ensino não existe na Bíblia Sagrada.
    Ele trará salvação para os fiéis e destruição para os infiéis. Os injustos não terão oportunidade para converter-se, mas serão todos exterminados.
    "E a vós, que sois atribulados", escreveu o apóstolo Paulo aos tessalonicenses, "descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos de seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos
que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais por castigo padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder, quando vier" (II Tess. 1:7-10).

    Os povos muito falarão de paz, mas eis que o Senhor lhes promete: "Vai, entra nas rochas, e esconde-te no pó, da pre­sença espantosa do Senhor e da glória da sua majestade. Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada, e só o Senhor será exaltado naquele dia. Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido... E a altivez do homem será humilhada, e a altivez dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado naquele dia. E todos os ídolos totalmente desaparecerão. Então os homens se meterão nas concavidades das rochas, e nas cavernas da terra, por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra. Naquele dia o homem lançará às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante ele se prostrarem, e meter-se-á pelas fendas das rochas, e pelas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra". (Isa. 2:10-12, 17-21).
    Segundo indica o relógio profético, contido nas Sagradas Escrituras, não está longe o dia em que o "Senhor sairá do Seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade". (Isa. 26:21). "Mas quem suportará o dia da Sua vinda?", pergunta o profeta Malaquias, "e quem subsistirá, quando Ele aparecer?" * (Mal. 3:2).
    Quando Cristo desceu ao Monte Sinai, para entregar Sua lei ao povo de Israel, a Sua glória era como um fogo devorador à vista de todo o povo. Êxodo 19:11; 20:19; Deut. 5:24, 25. "Tão terrível era a visão", escreveu o apóstolo Paulo, "que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo" (Heb. 12:21). Mas a voz do Senhor, que então abalou a terra, disse: "Ainda uma (outra) vez comoverei, não só a terra, senão também o céu" (Heb. 12:26). O apóstolo João, que contemplou em visão essas cenas futuras, assim as descreve: "E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro (Cristo) ; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?" (Apoc. 6:14-17).
    A palavra do Senhor, pelo profeta Sofonias, reza: "E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó e a sua carne como esterco. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor; mas pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida; porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada". (Sof. 1:17-18).
    O profeta Isaías assim descreve o dia da vinda de Cristo: "Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para por a terra em assolação e destruir os pecadores dela". "E farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de ofir". "Eis que o Senhor esvazia a terra, e a desola, e dispersa os seus moradores. E o que suceder ao povo, sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao seu senhor; à serva, como à sua senhora; ao comprador, como ao vendedor; ao que empresta, como ao que toma emprestado; ao que dá usura, como ao que paga usura. De todo se esvaziará a terra, e de todo será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra. A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra, e os que habitam nela serão desolados; por isso serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão". (Isa. 13:9,12; 24:1-6).
    "E, como aconteceu nos dias de Noé", disse Jesus, "assim será também nos dias (da vinda) do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló; comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar". (Lucas 17:26-30).
    Cristo virá "na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos" (Lucas 9:26). Os ímpios, não podendo suportar essa tríplice glória, serão por ela consumidos. Aos malfeitores, Cristo "aniquilará pelo esplendor da sua vinda" (II Tess. 2:8). Homem nenhum pode contemplar a face do Senhor sem ser consumido por sua glória (Êxodo 33:20). Todos os ímpios serão, por conseguinte, exterminados "ante à face do Senhor e a glória do seu poder" (II Tess. 1:9). Não haverá oportunidade para se converterem e escaparem à destruição. Nem mesmo os cristãos professos, que não estiverem preparados, isto é, santificados em espírito alma e corpo, e conservados plenamente irrepreensíveis (I Tess. 3:13; 5:23), não terão oportunidade para salvar-se. A porta da graça já estará fechada. Mat. 7:21-23; 13:24-30, 36-43; 25:1-12; Lucas 13:25-27.
    Os justos, porém, que forem achados irrepreensíveis (Apoc. 14:5), serão transformados e poderão estar de pé ante a glória da face do Senhor. "Eis aqui vos digo um mistério", escreveu S. Paulo: "Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados". (I Cor. 15:51,52). Noutra epístola, o apóstolo explicou a mesma verdade nestas palavras: "Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso" (Fii. 3:20-21). E o apóstolo João assim consolou os crentes: "...sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos" (I João 3:2). Os salvos, assim transformados, ou seja, glorificados, estarão em condições de suportar, sem serem consumidos, a tríplice glória em que Jesus virá. Porém, essa glorificação dos justos depende de uma condição: devem ser plenamente irrepreensíveis, ou seja, refletir perfeitamente o caráter de Cristo (II Cor. 3:18; Ef. 4:13-15). E isto não pode ser adquirido de um momento para outro. Por isso é que, na vinda de Cristo, não poderão salvar-se, ainda que o almejem, os que não estiverem preparados, quer sejam ímpios, quer sejam professos cristãos.
 

 

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