3.14.12.2. Anjos e espiritualismo

Alguns pensam que os anjos estão apenas aguardando nossa palavra de comando, e tudo o que precisamos fazer é ordenar-lhes para que entrem em ação. Pode ser verdade; mas, nesse caso, podemos estar tratando com outro tipo de anjos! Anjos maus nos enganarão e nos usarão, se permitirmos.

Os anjos de Deus não operam desse modo. Eles não podem ser manipulados por nossos caprichos e não estão interessados em prestar serviço a nossos propósitos egoí­stas. No Jardim do Getsêmani, Jesus disse a Pedro que Ele poderia dispor de, no mí­nimo, doze legiões de anjos (72 mil!). Mas não disse que convocaria os anjos. Em vez disso, Jesus disse: ââ‚"Acaso, pensas que não posso rogar a Meu Pai, e Ele Me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?" (Mt 26:53). Jesus não realizou nada sem primeiro saber qual era a vontade de Seu Pai. Se Ele não chamou anjos para ajudá-Lo, temos nós algum direito de fazê-lo?

Jesus também nos ensinou que o último engano teria o propósito de iludir os escolhidos, "se possí­vel" (Mt 24:24). Em Apocalipse, vemos Satanás e seus aliados enviando espí­ritos imundos para enganar os habitantes da Terra. Esses espí­ritos operam milagres para iludir o máximo de pessoas e agrupá-las num exército para enfrentar Deus na batalha do Armagedom. Assim, antes da volta de Jesus, espí­ritos demoní­acos operarão milagres para enganar aqueles que preferem confiar e acreditar no que vêem em vez de aceitar o testemunho dos profetas. Como Satanás pode se transformar em anjo de luz (2 Co 11:14), seres espirituais podem assumir várias aparências, inclusive fazer de conta que têm piedade religiosa (ver O Desejado de Todas as Nações, p. 256). Através de agentes humanos, os demônios de Apocalipse 16 atuarão na cura de enfermos e trarão "revelações" que contradizem as Escrituras (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 624).

A Bí­blia é clara: os mortos não sabem coisa nenhuma. Nossos reais inimigos são os espí­ritos das trevas, anjos maus, que rodeiam a Terra com enganos que incluem os milagres orquestrados por Satanás. Está diante de nós a montagem do cenário para a terrí­vel e última mentira que atrairá o mundo. Para que estejamos protegidos contra ela, necessitamos prestar atenção à clara orientação da Palavra de Deus com respeito ao que acontecerá e dar os passos necessários para RESISTIR aos esquemas satânicos.

Talvez o acróstico seguinte (baseado na palavra inglesa "RESIST") possa nos ajudar:

Reconhecer o inimigo, incluindo suas muitas vozes. Mesmo Jesus só foi capaz de fazer isso por meio das Escrituras (Mt 4) .

Excluir todo mal que Satanás pode introduzir. Conhecendo Jesus pessoalmente, não de segunda ou terceira mão (At 19:13-18), teremos coragem para eliminar de nosso lar qualquer influência que possa permitir aos anjos maus um ponto de apoio para que eles permaneçam conosco (At 19:19).

Submeter a Deus nossa vida e cada coisa que temos (Tg 4:7). Agindo assim e convidando a presença de Deus para o nosso lar, Satanás será obrigado a sair.

Interceder (em oração) por nós mesmos, por pessoas queridas e pelos outros, incluindo nossos inimigos. Algumas influências más são tão fortes que serão eliminadas somente com persistente oração e desprendimento (Mc 9:29; Ef 6:18).

Sondar a Palavra de Deus (por meio de seu estudo). Muitas peças da armadura disponí­vel para nossa proteção espiritual são relacionadas por Paulo e estão à nossa disposição (Ef 6:14-17), mas a Bí­blia é a única arma " no seu sentido exato " que é mencionada. Para ser eficaz, ela não deve ser controlada independentemente por mãos humanas, mas pelo Espí­rito Santo em nós (v. 17).

Transmitir a verdade a outros, que também serão capazes de ensinar a outros (2 Tm 2:2). Desse modo, a obra do reino de Deus derrubará as fortalezas de Satanás e preparará o caminho para o retorno de Cristo (2 Co 10:3-5).

Clinton Wahlen é diretor associado do Instituto de Pesquisas Bí­blicas da Associação Geral. Ele também serviu como editor associado do Journal e é o autor de Jesus and the Impurity of Spirits in the Synoptic Gospels, publicado por Moh Siebeck. Artigo publicado na Revista Adventista de Outubro/2008.

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