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tabua.gif (20841 bytes)Os babilônios consideravam o início da criação do universo a partir de dois deuses primordiais – Apsu, que representava as águas primordiais abaixo da terra, e Tiamat, a personificação do mar. Esses deuses estavam confundidos em um só e originaram quatro gerações de outros deuses: Lahmu,Lahamu, Anshar e Kishar. Estes últimos conceberam Anu, o deus do céu, e Ea. Contudo, esses deuses se tornaram muito barulhentos e perturbadores, revoltando Apsu que tenta matá-los. Porém, Ea (deus da sabedoria) acaba intervindo e mata Apsu. Essa ação perturba Tiamat que, enraivecida, cria uma tropa de monstros assustadores:

Ela criou uma serpente com chifres, um dragão mushussu e um herói lamu,

Um demônio ugalu, um cão furioso e um homem-escorpião,

Demônios umu agressivos, um homem-peixe e um homem-louro.

O principal entre os seus monstros é Quingu, a quem ela confere a liderança de seu exército. A deusa o coloca em um trono e lhe entrega a Tábua dos Destinos. Em assembléia, os deuses estão discutindo como poderão derrotar Tiamat e sua legião de monstros. Esse é o momento da entrada de Marduk, o qual promete vencer a deusa, desde que lhe seja conferido assumir como deus supremo. Os deuses da assembléia acataram a condição de Marduk e prepararam-no para a guerra. Marduk parte à procura de Tiamat mas, ao encontrá-la, seus seguidores hesitam e ele não consegue decidir o que fazer. Nessa parte do poema, é possível identificar um dispositivo mítico comum para aumentar a tensão (também usado na Epopéia de Gilgamesh): colocar a vitória inevitável, temporariamente em risco. Tiamat ri com desprezo e a coragem de Marduk retorna. Desafia, então, Tiamat para um combate entre os dois. Aqui acontece o clímax do mito: a grande cena da batalha para a qual se voltavam todos os fatos:

Face a face eles vieram, Tiamat e Marduk, com a prudência dos deuses.

Entraram em combate, se aproximando para a batalha.

O Senhor lançou a sua rede e conseguiu prendê-la,

Para a sua face despachou o vento Imhulu para que ela não conseguisse fechar seus lábios.

Os ventos ferozes distenderam sua barriga;

Suas entranhas estavam revoltas e ela acabou abrindo por inteiro sua boca.

Marduk atirou uma flecha que perfurou a barriga de Tiamat,

Dividiu-a ao meio e também fendeu seu coração,

Derrotando-a e extinguindo sua vida.

Atirou o corpo de Tiamat por terra e postou-se sobre seu corpo.

Os deuses que formavam parte do terrível exército de Tiamat entraram em pânico e tentaram fugir, mas foram capturado por Marduk e colocados na sua rede, onde curvaram-se de vergonha. Quingu [Kingu] é deposto e a Tábua dos Destinos é tirada de seu poder. Em seguida, Marduk cortou Tiamat na metade "como um peixe que seria posto para secar"; com metade de Tiamat, Marduk criou o firmamento do céu e com a outra metade, construiu a terra que mantém afastadas as águas subterrâneas inferiores. Sobre essa terra construiu o grande templo de Esharra, onde fundou centros de culto para Anu, Enlil e Ea. A seguir, Marduk continua a organização de todo o universo: dando nomes aos meses do ano, dedicando a cada um deles três estrelas, montando locais para os grandes deuses, fazendo aparecer a lua crescente e a designando como a "jóia da noite para marcar o final dos dias". Da saliva de Tiamat, fez nuvens, ventos e a chuva, de seu veneno, criou um nevoeiro encapelado e com os seus olhos, abriu os rios Tigre e Eufrates.

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