Durante o reinado de Alfonso II (1)o Casto (791-842), já havia desaparecido a monarquia visigoda e avançava a conquista dos muçulmanos, que nunca dominaram a totalidade do território peninsular, porque a tática muçulmana era a de neutralizar núcleos independentes na península. A princípio o noroeste estava protegido pela abrupta geografia e por um clima nada agradável as froças islâmicas.

 

No início de século IX, num contexto sócio-político cheio de necessidades espirituais, intolerância religiosa e pressões militares, tem lugar o descobrimento do sepulcro apostólico, por volta de 813.

Conta a tradição que um monge, de nome Pelayo, que vivia em Solovio - onde está situada a igreja de São Fiz de Solovio, na Compostela atual - , no bodque de Libredón, observou durante várias noites sucessivas, luzes misteriosas que se pareciam com uma chuva de estrelas sobre um monte no bosque.

Pelayo, preocupado com estas visões, vai encontrar o bispo Teodomiro para comunicar-lhe o acontecimento. O bispo, frente a insistência do monge, reúne uma pequena comitiva e dirige-se a Libdredón. No meio do bosque, ele mesmo pode contemplar o fenômeno relatado. Um forte resplendor iluminava o lugar onde havia um sepulcro de pedra no qual repousavam três corpos, identificados como o de Tiago Maior e seus discípulos Teodoro e Atanásio.

Teodomiro imediatamente avisa o rei Alfonso II do achado e este vai até o local do sepulcro para conhecê-lo e constata a milagrosa revelação. O rei considerava o Cristianismo como um elemento catalisador e unificador contra o Islã. O achado das relíquias do Apóstolo fortalecia a igreja astur-galaica frente aos ataques islâmicos e o expansionismo carolíngio.

Alfonso II, o Casto, nomeia São Tiago como patrono oficial da Espanha e manda construir no local, do seu sepulcro, uma capela e um monastério para doze monges Agostinos em 829. O local, aos poucos, tornou-se um centro de peregrinação reconhecido pela Igreja.

(1) Alfonso II, foi chamado de Casto porque mesmo casado com Berta, princesa da França, nunca consumou o matrimônio. BLEYE, Pedro Aguado. Manual de Historia de España. Pré-história e Idades Antigua y Media. Madrid : Espasa, S.A. 1958.

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