Primeiro templo de Gaspar Alto, inaugurado em 1896 (a igreja havia
sido organizada um ano antes, pelo Pastor Westphal)



Casal de pioneiros Guilherme e
Johanna Belz

Guilherme Belz nasceu na Pomerânia, Alemanha, em 1835. Veio para o Brasil e estabeleceu-se na região de Braunchweig (hoje Gaspar Alto), a cerca de 18 quilômetros de Brusque. Certa ocasião, ao voltar das compras na Vila de Brusque, notou algo de especial em uma das mercadorias. O papel de embrulho trazia um texto escrito em alemão. A leitura do impresso deixou Belz pensativo por várias semanas, até que, ao visitar o irmão Carl, descobriu que este havia comprado um livro do alcoólatra Frederich Dressler " livro que "coincidentemente" tratava, dentre outras coisas, do mesmo assunto do folheto.

O Comentário Sobre o Livro de Daniel, de Uriah Smith, também estava escrito em alemão. Ao tentar pegá-lo da estante, Guilherme derrubou-o no chão. O livro se abriu justamente no capítulo intitulado "O Papado Muda o Dia de Repouso". Este título fez Belz recordar sua juventude na Alemanha.

Nascido em uma família luterana, Guilherme tinha por hábito ler a Bíblia, mas algo o intrigava: "Se apenas o sábado é mencionado nas Escrituras, por que guardamos o domingo?" Sua mãe Luise e o pastor de sua igreja desconversavam e, por isso, a resposta teve de aguardar muitos anos.

Como estava com pressa, Guilherme despediu-se de Carl levando emprestado o livro " segurando-o como se houvesse descoberto um tesouro precioso. Chegando em casa, ele investigou o assunto do sábado mais a fundo, comparando o conteúdo do livro com a sua Bíblia. Finalmente, Belz convenceu-se da santidade do sábado. Guilherme tinha então 54 anos e tornava-se, assim, o primeiro a reconhecer, no Brasil, o sábado como dia do Senhor, graças à literatura adventista. Os Belz não demoraram a espalhar sua nova crença pela região. Pouco tempo depois, algumas famílias já se reuniam para estudar a Bíblia e orar.

Em maio de 1893, por designação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o missionário Albert B. Stauffer chegou ao Brasil. Juntamente com outros missionários, Stauffer espalhou a literatura adventista em Indaiatuba, Rio Claro, Piracicaba e outras localidades. Assim, os primeiros interessados na mensagem adventista, em São Paulo, foram surgindo. O mesmo aconteceu no Estado do Espírito Santo, onde Stauffer espalhou vários livros O Grande Conflito.

Os adventistas que, em São Paulo e no Espírito Santo, observavam o sábado e criam na volta de Jesus estavam totalmente alheios à existência dos irmãos de Santa Catarina que, já há alguns anos, professavam a mesma fé.

Em agosto de 1894, chegou ao Brasil outro missionário adventista: William Henry Thurston. Acompanhado da esposa Florence, Thurston veio dos Estados Unidos com a missão de estabelecer um entreposto de livros denominacionais no Rio de Janeiro, para atender aos missionários no Brasil. Com ele vieram duas grandes caixas de livros e revistas impressos em inglês, alemão e pouca coisa em espanhol. Na época, não havia nada publicado em português, pois a Casa Publicadora Brasileira só iniciaria suas atividades a partir de 1900.

Para chegar ao seu destino, muitos impressos eram despachados nos navios oceânicos, outros nos barcos fluviais a vapor (ou mesmo a remo), outros ainda em carros de boi, em lombo de burro e, às vezes, em alguns lugares, nas costas dos missionários.

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