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As sociedades antigas, de um modo geral, atrelavam sua organização social, política e econômica ao controle de seres divinos. Na Suméria, os deuses tornaram-se astros, pois suas divindades foram elevadas, uma após a outra, ao céu e os atributos míticos dessas divindades foram transferidos aos astros. Assim, os sumérios admitiam a existência de um panteão formado por seres vivos, de forma humana e imortais, que apesar de invisíveis, criaram e controlavam o cosmos, de acordo com planos bem estabelecidos e leis devidamente prescritas. Supunham que cada um destes deuses tinha a seu encargo um componente particular do universo e guiava as suas atividades com regras e regulamentos. Entre esses seres, distribuiram-se o governo dos grandes reinos do céu e da Terra: as entidades naturais (rios, montanhas e planícies); as entidades culturais (cidade e estado, campo e granja) e ainda, de utensílios, como o alvião (uma espécie de picareta), o molde dos tijolos, o arado.

À possível que essas idéias estivessem relacionadas à estrutura da sociedade humana, entregue ao controle e à guarda de homens, sem os quais as terras e as cidades se arruinariam. Também o cosmos e todo os seus complicados fenômenos deveriam estar sendo guardados e supervisionados por seres divinos, uma vez que o universo é muito mais extenso e complexo.

À por isso também, que o panteão de deuses mantinha uma hierarquia, segundo um grau de importância. O deus responsável pelos moldes de tijolos não poderia ser tão ou mais importante quanto aquele responsável pelo sol. Por analogia com a organização política do homem, o panteão sumério era concebido como se fosse uma assembléia com um "rei" a presidi-la (geralmente, o mais importante e o mais conhecido). Essa assembléia era dividida por dois grupos distintos: o dos sete deuses que "decretavam os destinos" e o dos 50 conhecidos como os "grandes deuses". Uma divisão mais significativa estabelecida no panteão era a que distinguia deuses criadores e deuses não criadores, uma noção derivada de idéias cosmológicas. Como os componentes básicos do cosmos eram o céu, a Terra, o mar e a atmosfera, sendo que todos os outros fenômenos cósmicos só poderiam ter derivado de um desses reinos, os deuses criadores eram os que controlavam esses reinos e cada um deles criara todas as outras entidades cósmicas.

Numa placa de argila que contém a lista de deuses sumérios mais conhecidos, a deusa Nammu é designada como a "mãe que deu a origem ao céu e à Terra". Céu e Terra portanto, foram criados pelo mar primordial e estavam unidos. Quando os deuses separaram esse complexo, o deus do céu An levou o céu e o deus do ar Enlil levou a Terra. Personificados e concebidos como deuses de forma humana, o céu (deus An) desempenhou o papel masculino e a Terra (Ki) , o papel feminino. Dessa união, nasceu o deus do ar, Enlil. Enquanto seu pai, An, levava o céu., Enlil levava sua mãe, a Terra. A união de Enlil e sua mãe Terra foi a origem do universo organizado " a criação do homem, dos animais, das plantas e o estabelecimento da civilização.

Esses deuses sumérios tinham um caráter antropomórfico muito acentuado. Mesmo os mais poderosos entre eles eram concebidos com forma, pensamento e ações humanas. Como o homem, comiam, bebiam, casavam, formavam família, entregavam-se a paixões e fraquezas humanas. Em geral, preferiam a verdade e a justiça ao invés de falsidade e opressão.

Os deuses não eram cultuados em todas as partes sob os mesmos nomes. Cada cidade tinha seu próprio protetor, que morava entre seus muros e zelava por sua fortuna.

Os sumérios acreditavam que os deuses viviam nas montanhas do céu e da Terra, o lugar onde o Sol nasce. Viajavam de uma região para outra através de barcos, nuvens ou mesmo a pé. Porém, não se tem informações certas de como os sumérios pressupunham a forma de deslocamento dos deuses e nem como realizavam atividades humanas, como comer e beber. Possivelmente, o contato dos sacerdotes com os deuses fosse restrito às estátuas, as quais, sem dúvida, eram vigiadas e veneradas com todo cuidado.

No terceiro milênio a.C., os sumerianos distinguiam, pelo menos no nome, centenas de deuses. Grande número deles é conhecido por catálogos compilados de achados arqueológicos, mas também graças às listas de ofertas e sacrifícios que algumas placas contêm. Outros ainda chegam ao nosso conhecimento através de nomes próprios compostos normalmente por frases de sentido religioso.

Dessas centenas de divindades, as quatro principais eram o deus do céu " An, o deus do ar " Enlil, o deus da água " Enki e a grande deusa-mãe - .Nammu.

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