10.250.14. Alguns detalhes Sobre o Cerco de Jerusalém e do Templo

 

Mais uma vez, será citado

:

 

"Os atos de hostilidade cessaram por momentos na parte exterior de Jerusalém e por isso recomeçou uma guerra no seu interior. A quatorze de abril, quando os judeus celebram a festa da Páscoa, em memória da libertação da escravidão do Egito, Eleazar mandou abrir a porta do templo, para receber as pessoas do povo que quisessem vir adorar a Deus. João serviu-se dessa ocasião para executar uma empresa que sua impiedade lhe havia sugerido. Ordenou a alguns dos seus, que eram menos conhecidos e dos quais a maior parte eram profanos e na se importavam de se purificar, que escondessem as espadas sob as vestes e se misturassem com os que iam ao templo. Apenas lá entraram, tiraram os mantos e se apresentaram armados; suscitou-se imediatamente perturbação e tumulto, em todo o templo, e, ante tal estupefação o povo pensou que era um atentado contra ele; mas o do partido de Eleazar compreenderam que era a eles que se visava. Os que estavam encarregado da guarda das portas, abandonaram-nas; outros sem ousar colocar-se na defensiva, desceram dos lugares que haviam fortificado, para se esconder nos esgotos e o povo, que se havia retirado para junto do altar e em redor do templo, era calcado sob os pés, ferido a pauladas, e muitos foram mortos à espada. Aqueles assassinos tomavam como pretexto vingar-se dos inimigos que eram do partido contrário: era suficiente ter ofendido a qualquer um deles, para não poder evitar a morte. Depois de assim se terem apoderado da parte interior do templo, os três partidos ficaram reduzidos somente a dois, e João continuou mais atrevidamente ainda a fazer guerra a Simão." (Ibidem. Livro Quinto. Capí­tulo 11, 388.). (Ibidem. p. 643.).

 

 

Em outros lugares foi escrito

:

 

"Foram feitos prisioneiros durante esta guerra noventa e sete mil homens e o assédio de Jerusalém custou a vida de um milhão e cem mil homens, dos quais a maior parte, embora judeus de nação, não eram nascidos na Judéia, mas lá se encontravam de todas as proví­ncias para festejar a Páscoa e haviam ficado presos na cidade por causa da guerra. Como não havia lugar para acomodá-los todos, sobreveio a peste e logo em seguida a carestia. Pode se julgar que era difí­cil que aquela cidade, sendo tão grande, estivesse de tal modo povoada, que não havia lugar para tanta gente, principalmente esses judeus vindos de fora, não há melhor prova para isso, do que o recenseamento feito no tempo de Céstio. Pois esse governador, querendo dar a conhecer a Nero que tinha tanto desprezo pelos judeus, a força de Jerusalém, rogou aos sacrificadores que contassem o povo. Eles escolheram o tempo da Páscoa no qual desde as nove horas até í s onze, sem cessar imolaram-se ví­timas, cuja carne era consumida pelas famí­lias, que não tinham menos de dez pessoas, algumas até vinte. ..." " (Ibidem. capí­tulo 45, 498.) " (Ibidem. p. 686).

 

"Um sacrificador de nome Jesus, filho de Tebute, a quem Tito tinha prometido salvar a vida, com a condição que lhe entregasse uma parte dos tesouros do templo, saiu e deu, do alto do muro do templo, dois candelabros, mesas, taças e alguns vasos de ouro maciço, muito pesados, como também véus, hábitos sacerdotais, pedras preciosas e vários vasos próprios para os sacrifí­cios.

Prenderam também, por esse tempo, Fineias, guarda do tesouro, e ele mostrou um lugar onde havia, em grande quantidade, hábitos e cintos dos sacrificadores, púrpura e escarlate destinados aos véus do templo, canela e cássia e outras matérias odorí­feras, com que se faziam os perfumes que eram queimados nos turí­bulos. Ele deu também várias outras coisas de grande valor, quer presentes oferecidos a Deus, como ornamentos do templo; seu proceder fez que ainda que ele tivesse sido aprisionado, fosse depois tratado como se tivesse entregado voluntariamente." " (Ibidem. Capí­tulo 41, 490 e 491.) " (Ibidem. p. 685).

 

Portanto, "A quatorze de abril, quando os judeus celebram a festa da Páscoa, em memória da libertação da escravidão do Egito, Eleazar mandou abrir a porta do templo, para receber as pessoas do povo que quisessem vir adorar a Deus", a cidade já estava praticamente sitiada pelo exército romano, comandado por Tito. Porque como foi escrito por Flávio Josefo:

"Na noite seguinte a legião que estava em Emaús chegou e Tito partiu ao despontar do dia, chegando até Scopos, distante de Jerusalém apenas sete estádios do lado Norte, de onde se pode, de um lugar baixo, contemplar a beleza da cidade e a magnificência do templo. Ele ordenou a duas legiões que construí­ssem o acampamento; quanto à terceira, porque estava cansada da marcha que fizera durante a noite, ordenou que acampasse três estádios mais adiante, a fim de poder fortificar-se sem temor de ser perturbada pelos inimigos, em seu trabalho. Essas três legiões haviam apenas executado as ordens, quando a décima chegou de Jericó, onde Vespasiano, depois de ter tomado aquela praça, tinha posto uma parte de suas tropas como guarnição. Tito ordenou-lhe que acampasse a seis estádios de Jerusalém, do lado do Oriente e do monte das Oliveiras, que está em frente da cidade, separada pelo vale de cedrom." " (Ibidem. Capí­tulo 8, 385.) " (Ibidem. p. 641.).

 

Um estádio equivale, aproximadamente, a 185 metros

.

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