Essas palavras descrevem a oferta queimada, que era inteiramente consumida sobre o altar, e da qual coisa alguma se comia. Das outras ofertas, apenas uma parte era queimada no altar da oferta queimada; o resto era comido ou se lhe dava algum outro fim. No caso de uma oferta queimada, porém, todo o animal era consumido, em chamas. Ela "ascendia" a Deus em cheiro suave. Era agradável ao Senhor. Simbolizava inteira consagração. Coisa alguma era retida. Entregava-se tudo a Deus. Lev. 1:9, 13 e 17.

O sacrifí­cio da manhã e da tarde era chamado o contí­nuo sacrifí­cio. Não se consumia num momento, mas devia queimar "sobre o altar toda a noite até pela manhã, e o fogo do altar arderá nele". Lev. 6:9; Êxo. 29:42. Durante o dia as ofertas queimadas individuais eram acrescentadas ao sacrifí­cio regular da manhã, de maneira que havia sempre uma oferta queimada sobre o altar. "O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará". Lev. 6:13.

As ofertas queimadas individuais eram voluntárias. A maior parte das outras eram preceptivas - isto é, envolviam preceito. Quando, por exemplo, um homem havia pecado, cumpria-lhe levar uma oferta por expiação do pecado. Não lhe cabia escolher muito quanto ao que havia de levar. Quase tudo era prescrito. Não acontecia o mesmo quanto à oferta queimada. Eram ofertas voluntárias, e o ofertante podia levar um novilho, uma ovelha, um cordeiro, rolas ou pombos, segundo lhe aprouvesse. Lev. 1:3, 10 e 14. A esse respeito, diferiam da maioria dos sacrifí­cios.

As ofertas queimadas eram, talvez, as mais importantes e caracterí­sticas de todas as ofertas. Encerravam as qualidades e os elementos essenciais dos outros sacrifí­cios.

Conquanto fossem voluntárias, de dedicação, essas ofertas, não se relacionando assim diretamente com o pecado, efetuava-se expiação por meio delas. Lev. 1:4. Jó oferecia ofertas queimadas por seus filhos, pois pensava: "Porventura pecaram meus filhos, e blasfemaram de Deus no seu coração". Jó 1:5. Essa espécie de ofertas se destaca como instituí­da "no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao Senhor". Num. 28:6. Era um sacrifí­cio "contí­nuo", que devia estar sempre sobre o altar. Lev. 6:9. Por dezesseis vezes, nos capí­tulos 28 e 29 de Números, acentua o Senhor que nenhuma outra oferta deve tomar o lugar das contí­nuas ofertas queimadas. Cada vez que é mencionado outro sacrifí­cio, declara-se que o mesmo é oferecido além do "holocausto contí­nuo". Isso parece indicar-lhes a importância.

Como foi declarado, a oferta queimada era um sacrifí­cio voluntário. O ofertante podia levar qualquer animal limpo ordinariamente usado para sacrifí­cio. Exigia-se, entretanto, que o animal fosse um macho sem mancha. A pessoa devia oferecer "de sua própria vontade", "í  porta da tenda da congregação", "perante o Senhor". Lev. 1:3. Havendo escolhido o animal, levava-o ao pátio, para que fosse aceito. O sacerdote o examinava a ver se cumpria os requisitos quanto aos sacrifí­cios. Uma vez examinado e aceito, o ofertante punha a mão na cabeça do animal. Matava-o então, esfolava-o e o cortava em pedaços. Vers. 4-6. Ao ser o animal morto, o sacerdote colhia o sangue, espargindo-o sobre o altar em redor. Vers. 5 e 11. Partindo o animal em pedaços, as entranhas e as pernas eram lavadas com água, a fim de remover toda a imundí­cie. Feito isto, o sacerdote tomava os pedaços e os colocava em sua devida ordem sobre o altar da oferta queimada, para aí­ ser ela consumida pelo fogo. Vers. 9. O sacrifí­cio assim colocado sobre o altar incluí­a todas as partes do animal, tanto a cabeça, como os pés, as pernas, e o corpo mesmo, menos a pele. Esta era dada ao sacerdote oficiante. Lev. 1:8; 7:8.

Veja Mais dados Novos Conteúdos