"Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o meio-dia; e nenhum dos animais podiam estar diante dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia. E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos; e dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o í­mpeto da sua força. E o vi chegar perto do carneiro, e irritar-se contra ele; e feriu o carneiro, e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele; E o lançou por terra, e o pisou a pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão. E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada: e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu". Dan. 8:1-8.

A interpretação é dada nos versí­culos 20 e 21: "Aquele carneiro que viste com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia; mas o bode peludo é o rei da Grécia; e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro".

Entre os comentadores há unânime acordo em que "a ponta grande" é Alexandre o Grande. Enquanto se achava ainda "na sua maior força aquela grande ponta foi quebrada". Vers. 8. Em seu lugar surgiram quatro outras, denotando as quatro divisões do Grande Império pela morte de Alexandre. Vers. 22.

A parte da profecia em que estamos especialmente interessados, começa com o versí­culo nove. "E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa. E se engrandeceu até ao exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, deitou por terra, e as pisou. E se engrandeceu até ao prí­ncipe do exército: e por ele foi tirado o contí­nuo sacrifí­cio, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra. E o exército lhe foi entregue, com o sacrifí­cio contí­nuo, por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra; fez isso, e prosperou. Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo aquele que falava: Até quando durará a visão do contí­nuo sacrifí­cio, e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário, e o exército, a fim de serem pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado".

é evidente que a profecia se refere à "ponta mui pequena" que "cresceu muito", Alexandre é a "ponta grande". Dan. 8:21. O poder simbolizado pela ponta pequena começou de maneira obscura, mas "cresceu muito". é digno de nota o que faz essa ponta. Ela "destruirá maravilhosamente" o povo de Deus. Vers. 24. Isto é feito, não tanto por guerra, mas "por causa da tranqüilidade", quer dizer, em paz. Vers. 25. é entendido e astuto, agindo por meio de "engano". Vers. 25. é poderoso, mas "não pelo seu próprio poder", e "fez isso, e prosperou". Vers. 24 e 12.

é um poder orgulhoso, pois "no seu coração se engrandecerá", "e se engrandeceu até ao prí­ncipe do exército", Vers. 25 e 11. é um poder perseguidor, pois destrói "os fortes e o povo santo", e todo um "exército" lhe foi entregue para ser pisado. Vers. 24, 10 e 13. Ensina falsas doutrinas, e "lançou a verdade por terra". Vers. 12. Combate contra a verdade; o santuário é "lançado por terra" e pisado, e isto "por causa das transgressões". Vers. 11-13. O apogeu é atingido quando ele se levanta "contra o Prí­ncipe dos prí­ncipes". é então quebrado "sem mãos". Vers. 25. Quando Daniel viu tudo isto em visão, tão afetado ficou, que, diz, "enfraqueci, e estive enfermo alguns dias". Ficou espantado com a visão, e nem ele nem ninguém a compreendeu. Vers. 27. Interessamo-nos especialmente no tempo mencionado pelo versí­culo catorze. A conversa tida pelos dois anjos, foi evidentemente para benefí­cio de Daniel. A visão do carneiro e do bode parece ser relatada apenas para levar a história da ponta pequena que "cresceu muito". Quando Daniel viu as perseguições efetuadas por esse poder, e como ele prosperava por métodos astutos e se engrandecia e destruí­a "maravilhosamente", naturalmente cogitou por quanto tempo aquilo havia de durar. Na conversa dos anjos, é lhe dito que deve haver um perí­odo de dois mil e trezentos dias, durante os quais, "o santuário, e o exército" seriam "pisados", e esse mau poder havia de prosperar. Como esse poder "fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio poder"? Parece uma contradição. Como poderia deitar por terra "alguns do exército, e das estrelas" e pisa-las? Como poderia derribar e espezinhar o santuário? Como poderia lançar "a verdade por terra", e prosperar nessa obra? Entretanto, é justamente o que havia de fazer. Vers. 24, 10-12 e 25. Daniel ficou atônito, não compreendendo a visão. Mas ele ficou mais do que atônito. Quando viu o que esse poder faria ao santuário, à religião, ao povo de Deus, à verdade, ficou "enfermo alguns dias". Vers. 27. Aí­ estava um poder blasfemo que perseguiria o povo de Deus, tentando destruir a verdade, e prosperando nesse empenho. Até mesmo o santuário seria lançado por terra e apisoado.

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