é grande privilégio ser-nos permitido ter parte numa obra como esta. Mas, a querermos vencer, temos de saber onde nos achamos e porque. Conceda-nos Deus graça para que sejamos achados fiéis.

A ÚLTIMA GERAÇíO

A demonstração final do que o evangelho pode operar na humanidade e em favor dela, está ainda no futuro. Cristo apontou o caminho. Revestiu-Se do corpo humano e, nesse corpo, demonstrou o poder de Deus. Os homens devem seguir-Lhe o exemplo e provar que o que Deus fez em Cristo, pode efetuar em todo ser humano que a Ele se submete. O mundo está à espera dessa demonstração. Rom. 8:19. Quando isso se realizar, virá o fim. Deus terá cumprido Seu plano. Ter-se-á mostrado verdadeiro, e Satanás, mentiroso. Será reivindicado Seu governo. é hoje ensinada no mundo muita doutrina espúria a respeito da santidade. Acham-se, de um lado, os que negam o poder divino para salvar do pecado. Do outro, há os que ostentam sua santidade diante dos homens e querem fazer-nos crer que estão sem pecado. Contam-se, entre a primeira classe, não só descrentes e cépticos, mas também membros da igreja cuja visão não inclui vitória sobre o pecado, mas transigência com ele. Da outra classe fazem parte os que não tem conceito exato do pecado nem da santidade divina, e cuja visão espiritual se acha tão obscurecida que não podem ver suas próprias faltas, e daí­ se crêem perfeitos. Suas idéias acerca de religião são tais, que seu próprio entendimento da verdade e retidão é superior ao revelado na Palavra. Não é fácil decidir qual o erro maior. Que a Bí­blia inculca a santidade é incontestável. "O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espí­rito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensí­veis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". I Tess. 5:23. "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor". Heb. 12:14. "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação". I Tess. 4:3. O Termo grego hagios, em suas várias formas, é traduzido "santificar", "santo", "santidade", "santificado", "santificação". Emprega-se o mesmo vocábulo para ambos os compartimentos do santuário, e significa aquilo que é posto à parte para Deus.

A pessoa santificada é a que é posta à parte para Deus, e cuja vida toda está a Ele dedicada. O plano da salvação tem de incluir necessariamente não só o perdão do pecado, mas também restauração completa. Salvação do pecado é mais do que perdão do pecado. Perdão pressupõe pecado e é concedido sob condição de o abandonarmos; santificação indica libertação de seu poder e vitória sobre ele. O primeiro é um meio de neutralizar o efeito do pecado; a segunda é restauração do poder para alcançar a vitória completa. O pecado, como algumas moléstias, deixa o homem em estado deplorável - abatido, desanimado, desalento. Tem pouco controle sobre a mente, falta-lhe força de vontade e, com as melhores intenções, não pode fazer o que é correto. Julga não haver esperança. Sabe que a si mesmo cabe a culpa, e o remorso enche-lhe a alma. Aos males fí­sicos, junta-se a tortura da consciência. Sabe que pecou e que é culpado. Não se compadecerá alguém dele? Chega-lhe então o evangelho. Pregam-lhe as boas novas. Embora seus pecados sejam como escarlata, tornar-se-ão brancos como a neve; conquanto vermelhos como carmesim, serão como branca lã. Tudo está perdoado. Ele está "salvo". Que maravilhoso livramento, esse! Seu espí­rito está em paz. Não mais o atormenta a consciência. Foi perdoado. Seus pecados foram lançados no fundo do mar. Transborda-lhe o coração de louvor a Deus, por Sua misericórdia e bondade para com ele. Assim como um navio avariado, rebocado ao porto, se acha a salvo mas não são, assim também o homem está "salvo" mas não são. é preciso reparar o navio antes de se poder declará-lo em condições de navegar, e o homem necessita reconstrução antes de estar plenamente restaurado. A esse processo da restauração se chama santificação, e inclui o corpo, a alma e o espí­rito. Concluí­da a obra, o homem é "santo", está completamente santificado e restaurado à imagem divina. Essa demonstração do que o evangelho pode fazer em favor do ser humano, é o que o mundo aguarda. Na Bí­blia, tanto o processo como a obra terminada são denominados santificação. Por esse motivo são os "irmãos" chamados santos e santificados, embora não tenham alcançado a perfeição. (I Cor. 1:2; II Cor. 1:1; Heb. 3:1). Quem lê as epí­stolas aos Corí­ntios, logo se convence de que os santos mencionados tinham suas faltas.

Apesar disso, diz-se que são "santificados" e "chamados santos". O motivo está em que a santificação completa não é obra de um dia ou de um ano, mas da vida toda. Inicia-se no momento em que a pessoa se converte e continua a vida inteira. Cada vitória apressa o processo. Poucos cristãos há em que obtiveram a vitória sobre algum pecado que antes muito os molestavam e os vencia. Mais de um homem que era escravo do fumo alcançou a vitória sobre o ví­cio e nela se regozija. O fumo deixou de ser uma tentação. Já não mais o atrai. Obteve a vitória. Nesse ponto está santificado. Assim como se tornou vitorioso sobre uma tentação, pode chegar a sê-lo sobre todo pecado. Terminada a obra e alcançado o triunfo sobre o orgulho, a ambição, o amor ao mundo e todo o mal, estará pronto para a trasladação. Terá sido provado em todos os pontos. O maligno terá vindo e nada terá achado. Estará irrepreensí­vel mesmo perante o trono de Deus. Cristo porá sobre ele Seu selo. Estará salvo e são. Deus terá terminado nele Sua obra. Estará completa a demonstração do que Ele pode fazer com a humanidade. Assim sucederá com a última geração que vive sobre a terra. Por meio dela, Deus efetuará a demonstração final do que pode fazer com a humanidade. Tomará os mais fracos dos fracos, os que levam todos os pecados de seus antepassados e neles revelará Seu poder. Estarão sujeitos a toda tentação, mas não cederão. Provarão que é possí­vel viver sem pecar - demonstração que o mundo tem aguardado e para a qual Deus tem estado a fazer preparativos. Será evidente a todos que o evangelho pode com efeito salvar plenamente. Deus será achado verdadeiro em Suas palavras. O último ano trará a prova final; mas esta tão somente demonstrará aos anjos e ao mundo que nada do que o maligno faça abalará os escolhidos de Deus. Cairão as pragas, ver-se-á destruição por todos os lados, os remidos enfrentarão a morte, mas, como Jó, manter-se-ão firmes em sua integridade. Nada os pode fazer pecar. Guardarão "os mandamentos de Deus e a fé de Jesus". Apocalipse 14:12. Através de toda a história do mundo, Deus tem tido Seus fiéis. Têm suportado aflições mesmo em meio de grande tribulação. E mesmo em meio aos ataques de Satanás, como diz o apóstolo Paulo, conseguiram praticar "justiça".

"Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada: andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, pelas covas e cavernas da terra". Heb. 11:37 e 38. E além dessa lista de testemunhas fiéis, muitas das quais foram martirizadas por sua fé, Deus terá nos últimos dias um remanescente, um "pequeno rebanho", por assim dizer, no qual e por meio do qual dará ao universo provas de Seu amor, poder e justiça que, com exceção da vida piedosa de Cristo na terra e Seu supremo sacrifí­cio no Calvário, serão a demonstração mais vasta e concludente de todas as épocas. Na última geração que viver na terra, ficará plenamente revelado o poder divino para a santificação. A manifestação desse poder é a reivindicação de Deus. Eliminará qualquer acusação que Satanás tenha apresentado contra Ele. Na última geração o Senhor será reivindicado, e Satanás derrotado. Talvez seja necessário ampliar isto um pouco mais. A rebelião que se verificou no céu e introduziu o pecado no universo de Deus, deve ter sido terrí­vel tanto para Ele como para os anjos. Até certo momento, tudo fora paz e harmonia. Desconhecia-se a discórdia: prevalecia apenas o amor. Depois ambições profanas possuí­am o coração de Lúcifer. Resolveu ser igual ao Altí­ssimo. Elevaria seu trono acima das estrelas de Deus. Além disso, propunha-se sentar-se "no monte da congregação", "da banda dos lados do norte". (Isa. 14:12-14). Essa asserção eqüivale a intentar depor a Deus e ocupar Seu lugar. é uma declaração de guerra. Onde Deus Se sentava, Satanás queria sentar-se. Deus aceitou o desafio. Não temos explicação bí­blica, direta, quanto aos meios empregados por Satanás para aliciar ao seu lado uma multidão de anjos. é muito claro que mentiu. Também é incontestável que desde o princí­pio foi homicida. (João 8:44). Como o homicí­dio tem seu começo no ódio e como esse ódio culminou na morte do Filho de Deus no Calvário, podemos crer que a ira de Satanás não se dirigia apenas contra Deus o Pai, mas também, e mais especialmente contra Deus o Filho. Em sua rebelião. Satanás foi mais longe que uma simples ameaça. Exaltou realmente seu trono, dizendo: "Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento". Ezeq. 28:2. Quando Satanás assim estabeleceu seu governo no céu, a questão ficou bem definida.

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