A fim de que Deus prove Sua inocência, é necessário demonstrar que não foi arbitrário em seus reclamos, que a lei não é dura nem cruel em suas exigências, mas, pelo contrário, é santa, justa e boa, e que os homens podem guardá-la. Todo o necessário é que Deus apresente um homem que tenha guardado a lei, e Sua causa está ganha. Na ausência de tal caso, Deus perde e Satanás ganha. O resultado depende, portanto, de um ou mais seres que guardem os mandamentos divinos. Nisso pôs Deus em jogo Seu governo. Embora seja verdade que, de quando em quando, muitos têm dedicado a vida a Deus e vivido sem pecado em certos perí­odos de tempo, Satanás afirma serem esses casos especiais, como era o caso de Jó, e não estarem sob as regras comuns. Exige um caso bem definido em que não possa haver dúvida e em que Deus não tenha intervindo. Pode-se apresentar um exemplo assim? Deus está pronto para o desafio. Esteve aguardando Seu tempo. O Filho de Deus, em Sua própria pessoa, enfrentou as acusações de Satanás e demonstrou que eram falsas. A manifestação suprema foi reservada para a contenda final. Da última geração Deus elegerá Seus escolhidos. Não aos fortes ou poderosos, não aos que gozam honras e riquezas, não aos sábios e elevados, mas tão só a pessoas comuns escolherá Deus e, por seu intermédio, fará Sua demonstração. Satanás asseverou que os que, no passado, serviram a Deus, o fizeram por motivos mercenários, que Deus os protegeu e que ele, Satanás, não teve livre acesso a eles. Se lhe tivessem concedido plena permissão para apresentar sua causa, eles também teriam sido ganhos para ela. Mas Deus teve medo de permitir-lhe que o fizesse, alega Satanás. Dêem-me oportunidade justa, diz ele, e eu vencerei. E, assim, para fazer silenciar para sempre as acusações de Satanás; para tornar claro que Seu povo o serve por motivos de lealdade e eqüidade sem considerar recompensa; para defender Seu próprio nome e caráter das acusações de injustiça e arbitrariedade; para demonstrar aos anjos e aos homens que Sua lei pode ser observada pelos homens mais débeis, nas circunstâncias mais desalentadoras e difí­ceis - Deus permite a Satanás que prove Seu povo até ao máximo. Serão ameaçados, torturados, perseguidos. Estarão face a face com a morte, quando for promulgado o decreto de adorar a besta e a sua imagem. (Apoc. 13:15) Mas não cederão. Estarão dispostos a morrer de preferência a pecar.

Deus retira Seu Espí­rito da terra. Satanás terá maior medida de domí­nio que nunca dantes. é certo que não poderá matar o povo de Deus, mas esta será quase a única limitação. Fará tudo que lhe for permitido. Sabe quanto está em jogo. é agora ou nunca. Deus faz mais uma coisa. Aparentemente Se oculta. Fecha-se o santuário celestial. Os santos clamam a Deus dia e noite por sua libertação, mas Ele parece não ouvir. Seus escolhidos estão passando pelo Getsêmane. Provam um pouco do que experimentou Cristo, durante aquelas três horas na cruz. Aparentemente devem ferir sozinhos a batalha. Devem viver sem intercessor à vista de um Deus santo. Mas embora Cristo tenha terminado Sua intercessão, de maneira que ninguém mais possa alcançar o perdão dos pecados, os santos são o objetivo do amor e do cuidado divinos. Santos anjos velam sobre eles. Deus lhes provê refúgio de seus inimigos; concede-lhes alimento; livra-os da destruição e proporciona-lhes graça e poder para viver santamente. (Ver o Salmo 91) No entanto, estão ainda no mundo, tentados, aflitos e atormentados. Resistirão à prova? Aos olhos humanos parece impossí­vel. Se tão somente Deus viesse em seu auxí­lio, tudo iria bem. Estão resolvidos a resistir ao maligno. Podem morrer, se necessário; mas não precisam pecar. Satanás não tem poder nem jamais o teve para fazer homem algum pecar. Pode tentá-lo, destruí­-lo, ameaçá-lo; mas não pode forçá-lo a transgredir. E agora Deus prova pelos mais fracos dentre os fracos que não há escusa, nem houve jamais, para o pecado. Se os da última geração podem repelir com êxito o ataque de Satanás; se podem fazê-lo tendo contra si todas as desvantagens e fechado o santuário, que desculpa há para que os homens tenham alguma vez pecado? Na última geração, Deus prova, afinal, que os homens podem observar a lei divina e viver sem transgredir. Deus nada deixa por fazer, a fim de completar a demonstração. A única limitação que impõe a Satanás é que não pode matar os santos de Deus. Pode tenta-los, perseguí­-los e ameaçá-los; e ele faz quanto lhe é permitido. Mas fracassa. Não lhe é possí­vel levá-los a pecar. Resistem à prova, e Deus põe Seu selo sobre eles.

Mediante a última geração de santos, Deus é finalmente reivindicado. Por meio deles derrota a Satanás e ganha o pleito. Formam eles uma parte vital do plano divino. Passam por lutas terrí­veis; combatem contra as potestades invisí­veis nos lugares celestiais. Mas puseram sal confiança no Altí­ssimo, e não serão confundidos. Passaram fome e sede, mas chegará o tempo em que "nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro, que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima". (Apoc. 7:16 e 17). "Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai". (Apoc. 14:4) Ao abrirem-se, afinal, as portas do templo, ouvir-se-á uma voz que dirá: "Somente os 144.000 entram neste lugar". - Vida e Ensinos, pág. 65. Pela fé terão seguido o Cordeiro até ali. Penetraram no lugar santo e com Ele foram até ao santí­ssimo. E, na eternidade, só os que O seguiram aqui é que O acompanharão ali. Serão reis e sacerdotes. Segui-Lo-ão até ao santí­ssimo, onde unicamente pode entrar o Sumo-Sacerdote. Estarão na presença imediata de Deus. Segui-Lo-ão "para onde quer que vai". Não só estarão "diante do trono de Deus", e O servirão "de dia e de noite no Seu templo", mas também se assentarão "comigo no Meu trono; assim como Eu venci e Me assentei com Meu Pai no Seu trono". (Apoc. 7:15; 3:21) O assunto de maior relevância no universo não é a salvação dos homens, por importante que pareça. O essencial é que o nome de Deus seja defendido das falsas acusações feitas por Satanás. O conflito se aproxima do fim. Deus está preparando Seu povo para o último grande embate. Satanás também se está preparando. A crise nos espera e decidir-se-á na vida do povo de Deus. Este em nós confia como confiou em Jó. Está bem colocada Sua confiança? é admirável o privilégio que nos é concedido de, como povo, justificar o nome de Deus por nosso testemunho. é maravilhoso que se nos permita testificar em favor dEle. Nunca se deve olvidar, no entanto, que esse testemunho é o da vida, não simplesmente das palavras. "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens". (João 1:4) "A vida era a Luz".

Assim foi no caso de Cristo, e deve ser em nosso caso. Nossa vida deve ser uma luz como o era Sua. Transmitir luz ao povo é mais que entregar-lhe um folheto. Nossa vida é a luz. Ao vivermos, transmitimos luz aos outros. Sem vida, sem viver a luz, nossas palavras ficam isoladas. Mas quando nossa vida se torna a luz, nossas palavras são eficazes. é nossa vida que deve testificar em favor de Deus. Oxalá a igreja aprecie o excelso privilégio que lhe é concedido! "Vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor". (Isa. 43:10) Não deve haver "deus estranho... entre vós, pois vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor; Eu sou Deus!" (Vers 12) Oxalá sejamos deveras testemunhas, e testifiquemos do que Deus fez por nós! Tudo isso está intimamente relacionado com a obra do Dia da Expiação. Naquele dia, os filhos de Israel, tendo confessado os pecados, ficavam completamente purificados. Haviam sido perdoados, e agora o pecado era separado deles. Tornavam-se santos e irrepreensí­veis. Ficava purificado o acampamento de Israel. Vivemos agora no grande dia real da purificação do santuário. Todo pecado deve ser confessado e, pela fé, ser apresentado a juí­zo antecipadamente. Ao passo que o Sumo-Sacerdote entra no santí­ssimo, o povo de Deus deve agora achar-se face a face com Ele. Deve saber que toda transgressão foi confessada e que não resta mancha alguma de pecado. A purificação do santuário celestial depende da do povo de Deus na terra. Quão importante é, pois, que Seus servos sejam santos e irrepreensí­veis! Neles deve ser consumido todo pecado, a fim de poderem subsistir à vista de um Deus santo e sobreviver, apesar do fogo consumidor. "Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito: e vós que estais vizinhos, conhecei o Meu poder. Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que arremessa para longe de si o ganho de opressões; o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de sangue, e fecha os seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas". (Isa. 33:13-16)

O JUÍZO

HÁ uma tendência crescente de não crer na ressurreição corporal. Os partidários da alta crí­tica há muito que rejeitaram esta idéia, e muitos cristãos do tipo mais conservador se inclinam a fazer o mesmo. Não podem ver necessidade alguma da ressurreição do corpo, se a existência é completamente espiritual. Pela mesma razão consideram desnecessário um juí­zo futuro. Se a alma está já desfrutando a felicidade de uma existência etérea, ou se experimentando as torturas dos réprobos, parecerá absurdo interpor um juí­zo. Este deve haver-se realizado antes que haja sido decidido o estado futuro, e não depois. A crença na bem-aventurança ou condenação imediata, após a morte, torna um juí­zo futuro, no fim do mundo, não somente desnecessário, mas inconseqüente. A Bí­blia é muito clara em suas declarações acerca destes temas. uma ressurreição corporal. um juí­zo. As Escrituras ensinam ambas essas coisas. Como aqui nos preocupa principalmente o juí­zo, a ele dedicaremos agora nosso estudo, observando tão somente de passagem que parece muito mais satisfatório crer que a existência dos salvos ficará amoldada ao plano original do Jardim do éden, onde Adão e Eva desfrutavam a existência de um plano não muito diverso do nosso, atual, mas sem pecado. Parece razoável que Deus não tenha abandonado Seu plano original. E se não o fez, deverá haver uma ressurreição do corpo. A idéia de um juí­zo no fim do mundo pressupõe que os homens não recebem seu castigo ou recompensa ao morrer. Isto parece razoável, além de ser apoiado por provas bí­blicas. Consideremo-lo mais pormenorizadamente. Aceita a crença no castigo e na recompensa, observemos primeiramente que o registro de nenhum homem pode completar-se ao morrer ele. Sua vida terminou, mas sua influência continua, "suas obras o seguem". Se somos responsáveis por nossa influência, e cremos que assim deve ser, o registro não pode ser completo até ao fim do tempo. Ao asseverarmos isto não desejamos inferir que o homem não haja selado o seu destino ao morrer. Cremos que sim.

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